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segunda-feira, 4 de março de 2013

PRÓTESES ARTICULARES

O Que É Uma Prótese ?

O nome “prótese” vem do grego prothesis (pro: no lugar de e tithemi: eu coloco).
As próteses utilizadas em cirurgia ortopédica têm geralmente por objetivo, repor (em parte ou em totalidade) uma articulação desgastada e dolorida.
A prótese é uma articulação artificial, composta por peças mecânicas sintéticas (implantes protéticos) da mesma forma que a articulação.
Ela devolve na medida do possível, as mesmas funções que uma articulação natural (mobilidade, estabilidade, etc.).
A intervenção cirúrgica de substituição articular por uma prótese é chamada de "artroplastia".





Obs:
Não se pode confundir uma prótese que substitui um elemento do corpo e uma órtese, que é uma aparelhagem ortopédica externa que mantém uma articulação instável (por exemplo: uma joelheira, uma tala). Uma prótese articular é uma articulação   artificial que   substitui uma articulação desgastada e dolorosa.
 
O Que É Uma Prótese Total ?

Uma prótese é total quando ela substitui todos os componentes da articulação. Nós chamamos de prótese total por oposição à prótese parcial. Ela se compõe de várias peças mecânicas.
Para a cabeça do fêmur, a prótese total vai substituir os dois componentes articulares formando a articulação da cabeça do fêmur: a cabeça do fêmur que é esférica, e a parte côncava do quadril no qual ela é encaixada, damos o nome de acetábulo.
Em certos casos (fratura da extremidade superior do fêmur), somente a cabeça do fêmur é substituída; nós chamamos então de prótese parcial (prótese femoral); o acetábulo fica em seu lugar e não é modificado.



 
Obs:
Tenha confiança no seu cirurgião que tem experiência para escolher o tipo de prótese que é mais conveniente.
 
Porque Nós Precisamos De Uma Prótese ?

Uma prótese é indicada quando você sofre com uma articulação muito desgastada. Nenhum meio atualmente disponível permite reparar uma articulação desgastada. Quando as dores persistem mesmo com o tratamento médico (medicamentos, infiltrações, reeducação), a substituição protética é a única solução.

Obs:
A prótese articular é indicada quando uma articulação é desgastada e dolorida e o tratamento médico não alivia mais.


Quando A Hora De Colocar Uma Prótese É Indicada ?

A prótese articular é indicada quando o desgaste da articulação acarreta dores que não são mais melhoradas pelo tratamento médico, e que as dificuldades aumentam. Esta dor e o incômodo aos movimentos que constituem os elementos determinantes da intervenção e que os fixam o momento. Este pedido introduz um componente subjetivo forte. É então necessário incluir os elementos objetivos a fim de avaliar a importância da dor, do incômodo aos movimentos sobre a qualidade de vida.
Esta noção de qualidade de vida é muito pessoal e leva em conta vários aspectos: as atividades profissionais, a vida familiar, a vida íntima, as atividades quotidianas, as atividades físicas e de lazer, o retardo psicológico...é igualmente importante verificar o grau de desgaste da articulação e medindo notadamente a altura residual da cartilagem (pinçamento articular) sobre as radiografias. É preciso levar em conta o modo de evolução (dor), a eficiência dos tratamentos e sua toxicidade potencial ao longo do caminho.
É fundamental avaliar:
- a idade;
- a profissão exercida;
- as necessidades;
- o estado psicológico;
- as esperas;
- os desejos;
- as demandas funcionais e estéticas da pessoa concernida. Os antecedentes, as doenças e os tratamentos associados, as possibilidades operatórias (riscos inerentes a intervenção), a ajuda do meio e o sistema de saúde (grande variabilidade entre os países). Não se pode intervir nem muito cedo, caso a prótese não seja permanente, nem muito tarde caso os desgastes ósseos ligamentares e/ou musculares importantes comprometem o resultado funcional da prótese.


Obs:
A indicação operatória não é baseada nunca sobre um só critério (em particular sobre a única imagem radiográfica), caso não    tenha relação entre as dores e o desgaste articular. Não se pode deixar impressionar por “imagens”. É necessário fazer uma consulta regularmente ao seu médico a fim de colocar a indicação operatória no bom momento adequado.



Chegou A Hora Da Prótese, Quem Tem A Decisão da Intervenção ?
  Como nós vimos na questão 4, vários fatores intervêm na justificativa da operação, mas finalmente a decisão operatória volta a si.
O papel da equipe médica é ajudar o paciente, informando os benefícios e os riscos da intervenção e de responder as questões, antes de tomar uma decisão.


Obs:
A decisão operatória retorna: é então necessário fazer uma consulta regularmente ao seu médico para decidir o momento    adequado para a intervenção e compreender o que está em jogo. É a condição essencial para poder tomar uma decisão    verdadeiramente clara.

É Obrigatório Colocar Uma Prótese Quando A Articulação É Dolorida Ou Desgastada ?
  A colocação de uma prótese é possível, mas nunca é obrigatória. Trata-se de uma intervenção com o objetivo de melhoria funcional, de uma cirurgia de “conforto”; é então indispensável avaliar o benefício e o risco operatório para cada caso.
Se você não se sente ainda pronto, reflita e visite regularmente seu médico e seu cirurgião.
Enquanto você espera a cirurgia modifique seus hábitos de vida reduzindo as atividades dolorosas, tome seus medicamentos, mude o seu habitat.
Os riscos, se você não operar, podem ser os seguintes: piora da dor, diminuição da mobilidade da articulação, piora da deficiência, menor qualidade de vida.
Mesmo se o seu médico e seu cirurgião pensam que seu estado de saúde seria melhorado pela cirurgia, que seu círculo familiar o conduz para a intervenção, a decisão operatória final é exclusivamente sua.


Obs:
A colocação de uma prótese nunca é obrigatória, trata-se de uma cirurgia de “conforto”. Em certos casos, quando o risco    operatório é superior ao benefício da intervenção, é preferível não se operar.
 
Onde Se Deve Fazer A Operação ?
 É a competência do cirurgião e a tradição do hospital onde você vai ser operado que contam antes de tudo. A escolha do hospital não tem grande importância se o cirurgião que vai lhe operar é especializado em cirurgia óssea (cirurgia ortopédica é o termo oficial) e tem uma boa experiência na colocação da prótese que você precisa.
Quanto ao local da intervenção, ele deve ser bem equipado, ser munido de uma equipe médico cirúrgico (anestesistas, fisioterapeutas, enfermeiros, etc.) competente e sala adaptada (mesa cirúrgica de qualidade).


Obs:
Visite seu cirurgião ortopedista, especializado no tipo de intervenção que você está precisando: para isso, peça conselho ao seu     reumatologista ou ao seu clinico geral.     Eles têm o hábito de trabalhar com uma equipe de cirurgiões competentes e podem aconselhar você corretamente.

É Necessário Ir Ao Cirurgião Várias Vezes Antes De Se Decidir ?
 Não é obrigatório, mas é sempre uma boa idéia.
A explicação fornecida na primeira consulta pode ser difícil de compreender, ou então você pode ter esquecido de perguntar certos detalhes. No entanto, se a deficiência não é muito importante, é aconselhável de não se tomar a decisão ao primeiro contato e de prever uma segunda consulta alguns meses mais tarde.


Obs:
Reflita durante algum tempo para se decidir e se preparar para esta intervenção. Não é tempo perdido, isto vai lhe permitir      enfrentar a intervenção em boas condições. Não hesite em dizer suas apreensões e falar todas as questões que o preocupam.
 
É Necessário Consultar Vários Cirurgiões Antes De Se Decidir ? 
 
Se a situação médica não suscitar dificuldades, e se a intervenção não requer uma competência específica, não é necessário consultar vários cirurgiões, salvo se você sentir necessidade disso para tomar sua decisão.
No entanto, se você não se sentir em total confiança com o seu cirurgião, não hesite em buscar um segundo conselho.


  Obs:
 A competência é a mesma, escolha o cirurgião no qual você tenha um melhor contato, com o qual você sinta confiança. Mas, não      faça várias consultas, sua escolha não será a mais difícil.

Para Substituir Uma Articulação Desgastada, Deve-se Operar Com Urgência ?
 A colocação de uma prótese para substituir uma articulação desgastada não é nunca urgente.
Devem-se evitar toda precipitação, escolher bem o cirurgião, se informar sobre os benefícios alcançados, os potenciais riscos da intervenção, os meios de controlá-los ou de reduzi-los e sua organização prática (prever a duração da hospitalização, da convalescença, da reeducação, o retorno a domicilio, o retorno ao trabalho, etc.).
Não hesite em fazer todas as perguntas ao seu médico e à equipe paramédica, a evocar suas hesitações ou apreensões para melhor organizar a intervenção com o cirurgião.


  Obs:
Não precisa se apressar. Pense e reflita. Mesmo se você tiver pressa de se operar, quando você tomar sua decisão, nós aconselhamos de tomar o tempo necessário para se preparar bem a esta intervenção, sua preparação condiciona em grande parte o sucesso desta operação. Certos hospitais propõem palestras com informações coletivas (consulta educativa) antes da intervenção cirúrgica. Ela é um     excelente meio de aprender muito mais sobre sua cirurgia. Você terá assim menos ansiedade e estresse no momento da cirurgia.     Pergunte ao seu cirurgião. Venha a esta reunião com um parente próximo. Estas reuniões permitem encontrar a equipe, fazer     várias perguntas, ter uma resposta às questões que você talvez não tenha pensado. Elas favorecem a troca de experiências com outras pessoas na mesma situação que você.
 
 
Pode-se Colocar Uma Prótese Para Substituir Qualquer Articulação Desgastada ?

Certas próteses são atualmente muito avançadas, ainda que aperfeiçoamentos continuem possíveis.

É a prótese do quadril que tem o maior tempo de utilização.

As primeiras próteses foram implantadas nos anos 60.

A prótese do joelho é também muito realizada.

Somente certas equipes têm a competência para colocar as
próteses mais recentes como a de tornozelo.

Obs:
Praticamente todas as articulações podem ser substituídas por uma prótese. Todavia, em certas localizações tais como a cabeça     do fêmur existe uma longa experiência e uma prática cotidiana (em média 60 000 próteses são implantadas cada ano na França).     Porém, outras próteses só podem ser utilizadas por equipes muito especializadas (por exemplo, a prótese de tornozelo, as     próteses das articulações dos dedos). Enfim, outras próteses devem ser reservadas à pesquisa clínica (por exemplo, a prótese do     disco intervertebral).
 
Existem Outras Intervenções Que Podem Amenizar, Evitar Ou Substituir A Colocação De Uma Prótese ?
 Quando uma articulação está dolorida, a cartilagem está um pouco desgastada e existe um defeito anatômico, o cirurgião poderá propor uma intervenção dita conservadora.
O objetivo desta intervenção é melhorar a distribuição do atrito mecânico para que o movimento seja mais harmônico e diminuam os riscos de artrose. Trata-se inicialmente de osteotomia de reorientação (é realizada uma secção seguida de uma fixação do osso
permitindo reencontrar uma melhor situação anatômica) para limitar o desgaste da cartilagem articular. Por exemplo, a osteotomia de “valgisação”: retifica uma perna arqueada (joelho em “varo”).
Assim, a realização da prótese é adiada em vários anos.
Quando a colocação da prótese é impossível, o cirurgião poderá propor uma artrodese.
Esta intervenção consiste em bloquear a articulação em boa posição para as necessidades da vida quotidiana. Para certas articulações, esta é uma solução que tem excelentes resultados, apesar da ausência de mobilidade da articulação assim bloqueada (tornozelo ou punho, por exemplo).






 A cirurgia conservadora (osteotomia, em particular) é às vezes possível quando a articulação não está muito desgastada, se a    pessoa é ainda jovem e começa a sofrer.    A artrodese, que consiste em bloquear a articulação em uma boa posição, é uma alternativa para a colocação de uma prótese. Ela    alivia muito bem a dor e permite, para certas articulações, apesar da ausência de movimento, certa autonomia.
 
 
Quais São As Doenças Que Podem Levar A Colocação De Uma Prótese ?


Fora os traumatismos (fraturas), as doenças que podem levar
à colocação de uma prótese são as doenças que desgastam
a cartilagem articular.
A principal causa é a artrose, dita primária que é uma doença que conduz ao desgaste habitualmente lento da cartilagem. Existe certo número de situações onde a artrose pode
aparecer devido a um traumatismo ou a uma anomalia anatômica: a luxação congênita do quadril (má posição anatômica do quadril agora detectada e tratada desde o nascimento), joelho varo (perna arqueada), por exemplo.
As doenças inflamatórias das articulações (artrites) como a poliartrite reumatóide, as espondiloartropatias, as artrites infecciosas, as artrites micro cristalinas (gota,
condrocalcinose articular, etc) podem também conduzir ao desgaste da articulação e à colocação de uma prótese.
Outras doenças como a necrose óssea (morte do osso), certos tumores ósseos, as doenças articulares devido a hemofilia, podem também levar à necessidade da colocação de uma prótese.

Obs:
A artrose é a principal causa de desgaste da cartilagem podendo conduzir à colocação de uma prótese. Não se esqueça de ler as questões deste manual que tratam mais precisamente da patologia do seu interesse (artrose, poliartrite reumatóide,     espondilartrite anquilosante, etc.). Fale com o seu médico.
 
 
Quais São Os Materiais Utilizados Para As Próteses? 


Os materiais utilizados para as próteses são caracterizados por três critérios essenciais: sua bio-compatibilidade (boa tolerância pelo organismo humano), sua resistência a corrosão e suas propriedades mecânicas.
Diferentes materiais são utilizados para o corpo da prótese:
- os metais: são feitos de misturas (combinação de vários componentes: 2 no mínimo onde pelo menos um é metálico). Nós distinguimos: os aços inoxidáveis (aço inox e cromo- cobalto), as ligas a base de titânios e as novas ligas: níquel titânio;

- as cerâmicas: são elementos sólidos não orgânicos e não metálicos. As cerâmicas mais utilizadas em ortopedia são o alumínio e o zircônio. A fabricação das cerâmicas requer uma tecnologia complexa. As cerâmicas bio-ativas como a hidroxiapatita (componente natural do osso) são igualmente utilizados. Outros materiais de origem biológica como o coral, cerâmica natural porosa, são pouco utilizados pois a ossificação do coral é menos eficaz do que o previsto;

- os polímeros são os materiais cuja característica comum é de advir da polimerização de um elemento de base como, por exemplo, o etileno. O polietileno (macromoléculas termoplásticas) é constituído de cúpulas cotiloidianas (para a prótese do quadril), os platôs
tibiais (para a prótese do joelho). Os elastômeros de silicone (silastic) são utilizados sempre para implantes digitais.

Em geral, uma prótese é constituída de vários materiais que vão se articular entre eles com forças de atrito (partes de atrito). É necessário submeter as partes em atrito ao nível mais baixo possível: assim as ligas de metal se articulam com as peças em polietileno (partes de atrito metal-polietileno).

Outras combinações são possíveis: as peças em ligas metálicas podem se articular com outras peças em ligas metálicasl (peças de atrito metal-metal). Peças em cerâmica podem se articular com o polietileno (peças de atrito cerâmica-polietileno) ou com uma outra peça de cerâmica (peças de atrito cerâmica-cerâmica).

A vigilância do material tem por objetivo verificar os incidentes ou os riscos de incidentes que podem resultar da utilização destes dispositivos médicos após sua venda no mercado.

Não deixe de fazer todas as perguntas ao seu cirurgião.

Obs:

Não existe material ideal: o tratamento de cada doença tem imperativos mecânicos próprios que impedem a utilização de um    material adaptado, por isso há diversidade nos produtos disponíveis. A escolha dos materiais utilizados em ortopedia depende do cirurgião e da articulação a substituir. Em todos os casos, os materiais escolhidos devem resistir aos incômodos mecânicos e biológicos provocados por seu implante em um tecido vivo.

 
Existem Materiais Eternos ?
 Atualmente todas as próteses utilizadas são feitas a partir de materiais que se desgastam de forma mais ou menos rápida. Por exemplo, o polietileno (o mais utilizado para as próteses do quadril, do joelho e do ombro) se desgasta em 15 a 20 anos.
As peças de atrito metal-metal e cerâmica-cerâmica se desgastam talvez menos rápido, mas atualmente nenhum estudo suficientemente longo permite prová-lo.
Quando a prótese está desgastada, é necessário, às vezes, substituí-la. .


Obs:
Os materiais eternos não existem ainda.

É Necessário "Cimento" Para Fixar Uma Prótese ?

A utilização do cimento para fixar a prótese permite uma repartição mais harmoniosa das superfícies entre o implante e o osso; a abordagem das peças protéticas é mais fácil durante uma eventual retomada cirúrgica posterior . O cimento cirúrgico utilizado para fixar a prótese dentro do osso é um polímero chamado polimetil metacrilato (plástico muito duro biologicamente compatível). Não age como uma cola, mas como uma resina.
O cimento é introduzido quando pastoso e se solidifica em alguns minutos.
O cimento permite a fixação de um implante protético pela penetração no osso, sobre uma superfície tênue.
Este tipo de fixação protética foi o mais utilizado no final dos anos 60. Esta fixação é durável. A possível alteração a longo prazo das propriedades mecânicas do cimento não é evidenciada como fator limitante para a duração da vida das próteses. Infelizmente, o
cimento resiste mal ao processo granulomatoso  desenvolvido devido ao desgaste das peças protéticas.
Existem soluções que não utilizam o cimento cirúrgico para fixar os implantes protéticos.
Esta opção busca o crescimento ósseo sobre uma fixação que pode ser: mecânica, através da ajuda da superfície metálica irregular do implante (impacto ou "técnica press-fit") e, sobretudo biológica, graças aos revestimentos á base de derivados cálcicos (hidroxiapatita: cerâmica bio-ativa que permite o crescimento ósseo na superfície dos implantes). Esta fixação resiste talvez melhor ao granuloma, mas se torna complexa uma abordagem cirúrgica posterior (fixação íntima da prótese ao tecido ósseo).
Os implantes em silicone, utilizados para as próteses dos dedos, não necessitam da utilização de cimento.




Obs:
A utilização ou não de cimento depende da articulação a ser substituída, do modelo de prótese utilizada, da experiência do    cirurgião, da idade do paciente e de sua patologia, etc. Converse com seu cirurgião. Ele irá lhe explicar o que é mais adequado ao seu caso. A equipe médico-cirúrgica do hospital Cochin,    prefere a fixação cimentada dos implantes pois se trata de um método que se mostrou seguro com o passar do tempo.

Porque Existem Vários Modelos Diferentes De Próteses Para Uma Mesma Articulação ?

Para uma mesma articulação, diferentes modelos de próteses podem ser utilizados e isso depende:
- do próprio modelo: cada modelo de prótese apresenta vantagens e desvantagens (como no caso relacionado aos carros: é evidente que todo carro tem quatro rodas e um motor, mas os modelos são bem diferentes). Assim, temos o exemplo da prótese total do quadril: existem mais de 400 modelos disponíveis. Certos casos em particular necessitam de uma prótese especifica. Segundo as circunstâncias, seu cirurgião poderá então preferir implantar uma ou outra prótese. Isso depende de inúmeros fatores: a forma e o tamanho da articulação, a intensidade dos desgastes ósseos. Existem também (como na compra de uma roupa) os fatores de moda ou de hábito, o preço de venda (um hospital gera um custo anual e frente a duas próteses muito similares, a escolha pode ser orientada em função do custo proposto pelo fabricante);
- do tipo de fixação da prótese: com ou sem cimento;
- da via cirúrgica (técnica para colocar a prótese no local).


 Obs:
 A prótese perfeita ou ideal não existe. Tudo depende do cirurgião, de sua formação, dos seus hábitos.  Tenha confiança, ele é o profissional capaz de ajudá-lo.

Uma Prótese Pode Durar Toda A Vida ?

As próteses são feitas de materiais  que se desgastam lentamente mas de forma inevitável. Assim temos o exemplo da prótese total do quadril. Ela dura em média 16 anos, seja de 10 a 25 anos.
As próteses do joelho têm uma duração de vida de 10 -15 anos e as próteses do ombro têm bons resultados pelo menos 8-10 anos após sua colocação.
Para as próteses como as do tornozelo, a falta de feedback não nos permite prever uma duração de vida precisa.
A duração de vida de uma prótese depende de outros fatores advindos de eventuais complicações: traumatismos ou micro traumatismos repetidos (durante as atividades esportivas intensas), excesso de peso (sobretudo para as próteses do quadril, joelhos, tornozelos)...
Assim o desgaste pode ser mais precoce nas pessoas muito jovens, muito ativas.

Obs:
A prótese não é eterna. Como todas as peças mecânicas, as próteses utilizadas atualmente se desgastam.
Esforçar-se para caminhar o menos possível para evitar o desgaste é uma idéia lógica mas não coerente, como o que se     consideraria para um motorista não dirigir, para evitar o desgaste dos pneus.
Pergunte ao seu cirurgião o futuro previsível da prótese que você necessita.


Pode-se Então Substituir Uma Prótese Desgastada ?

Pode-se substituir uma prótese desgastada, na medida em que o estado geral do paciente seja compatível com esta intervenção.
Esta operação chamada reintervenção cirúrgica na prótese, ou artroplastia iterativa é mais difícil e assim, mais “arriscada”.
Assim, para o quadril, uma retroca de prótese é uma intervenção mais demorada. Ela provoca uma perda de sangue mais importante que o implante da primeira prótese.
 
Obs:
A substituição ou a retroca da prótese (artroplastia iterativa) é uma intervenção mais complexa e mais traumatizante que a     colocação da primeira prótese. È então necessário que a intervenção seja realizada por um cirurgião experiente  neste tipo de cirurgia.
 
Quais São Os Benefícios Da Prótese ?
 O principal benefício é o alívio das dores, ver seu desaparecimento. A maior parte das pessoas operadas pode parar todos os medicamentos tomados antes da intervenção para aliviar estas dores e um bom número entre elas “esquecem” a prótese.
O segundo benefício da prótese é a recuperação de uma função articular (mobilidade, estabilidade, etc), comprometida, ou perdida, mas para isso é necessário que os tecidos situados em torno da prótese estejam íntegros (músculos, tendões, ligamentos). Neste caso, a eficiência de uma prótese depende:
- da qualidade da reconstrução;
- da integralidade e de equilíbrio da musculatura, que garante o bom funcionamento da prótese.
A prótese pode assim, em certos casos, corrigir uma deformação ou uma correção de comprimento (por exemplo, um encurtamento da perna). O cirurgião procura obter a igualdade de comprimento das pernas, mas ela não é sempre realizável (é necessário saber que uma diferença de comprimento de centímetros é “aceitável” e sem conseqüências).


Obs: 
O grande benefício obtido pelas próteses é de alivio (ver o desaparecimento) das dores.
A colocação de uma prótese permite igualmente recuperar sempre uma boa função articular (mobilidade, estabilidade). Lembre-se  que esta recuperação depende da qualidade dos seus músculos, ligamentos e tendões (situados entorno da      articulação) antes     da intervenção. Isto ressalta a importância dos exercícios físicos recomendados antes da intervenção, para      que você possa estar bem preparado. Deste fato, o grande benefício obtido é a melhora da qualidade de vida.

Quais São Os Principais Incoveniêntes E Riscos Precoces Eventuais Da Intervenção ?

Todo ato operatório comporta riscos e a presença de doenças associadas pode piorar estes riscos.
As principais complicações ligadas à cirurgia protética, são as seguintes (esta lista é somente um exemplo):
- a perda de sangue dentro da articulação (hemartrose) ou a coleção de sangue dentro dos tecidos situados em torno da articulação (hematoma). Esta perda pode ser mínima e aliviada pelo uso do gelo no membro operado. Ele pode ser excessivo e necessitar de uma punção, ou uma intervenção para eliminá-lo Este risco é prevenido por uma coagulação vascular adequada durante a intervenção, em certos casos, pela colocação de um dreno durante o fechamento da cicatriz operatória (para aspirar e evacuar o sangue) e para a utilização de uma bandagem compressiva. Esta complicação é rara no quadril, um pouco menos excepcional no joelho. Ao contrário, a equimose (coloração azul da pele) é normal. Uma hemorragia durante a operação que necessitaria de um grande número de transfusões e de uma intervenção vascular é excepcional;
- o risco infeccioso é uma complicação excepcional mas grave que impõe quase sempre uma reintervenção (para limpar uma articulação operada e às vezes trocar a prótese) e o uso prolongado de antibióticos. A infecção pode aparecer precocemente após a intervenção e neste caso ela é devido a uma contaminação do campo operatório, cuja porta de entrada é a pele. Este risco infeccioso é inferior a 1% dos pacientes operados para uma prótese de quadril ou de ombro, ele é um pouco mais importante para as próteses de joelho ou de cotovelo, pois estas articulações são mais superficiais e estão mais expostas às infecções ;
- a luxação da prótese é uma complicação que pode aparecer durante os movimentos bruscos (sobretudo nos três primeiros meses após a intervenção), quando os músculos em torno da prótese estão muito fracos. Esta complicação diz respeito, sobretudo às próteses de quadril, de cotovelo e de ombro, ela é excepcional para as outras. Para prevenir esta complicação, basta evitar certos movimentos, sobretudo durante os três primeiros meses após a cirurgia. Esta é a razão pela qual os fisioterapeutas ensinam durante a hospitalização as precauções necessárias;
- as complicações venosas, no caso das próteses dos membros inferiores (quadril, joelho tornozelo). A flebite (inflamação de uma veia) que pode se complicar de uma trombose venosa (coágulo dentro da veia) é prevenido pela mobilização. Um fragmento do coágulo pode às vezes desprender e migrar até os pulmões: é a embolia pulmonar. Os riscos de trombose têm se tornado raros graças aos exercícios para estimular o retorno venoso nas pernas, ao levantar precoce, ao tratamento anticoagulante (que fluidifica o sangue) desde a véspera da intervenção e ao uso de meia elástica ;
- a má cicatrização: deiscência ou necrose (morte da pele) são raras. Eles podem necessitar de uma nova intervenção para refazer a cicatriz e realizar uma nova sutura, e até em certos casos um enxerto da pele (plastia cutânea). Esta complicação é mais ou
menos grave em função de sua extensão e de sua localização; sobre as articulações superficiais (joelho, dedos), ela deve ser tratada rapidamente para evitar a infecção;
- a fratura óssea durante a colocação da prótese: trata-se de uma complicação muito rara que é devida a uma fragilidade óssea. Esta complicação pode ser um pouco mais rara na colocação da prótese;
- a paralisia nervosa. Trata-se de uma complicação muito rara, que lesa os nervos situados perto da prótese que podem sofrer durante as manipulações para a implantação da prótese. Normalmente, a paralisia regride, mas a recuperação pode demorar vários
meses;
- as embolias gordurosas são excepcionais. Na colocação da prótese sobre pressão dentro do osso, das microembolias (pequenos fragmentos) de gordura (provenientes da medula óssea) de ar, ou dos pequenos coágulos de sangue podem se desprender ou migrar. Estes riscos aumentam quando existe um osso osteoporótico. Estes coágulos podem às vezes ser bloqueados dentro da circulação e levar a uma complicação respiratória, cardíaca (o risco é mais importante quando existe uma insuficiência cardíaca ou respiratória antes da intervenção) ou neurológica;
- certos reumatismos podem ser "acordados" pela intervenção, devido à posição durante a cirurgia, ou do ato mesmo (por exemplo: dor nas costas, crise de gota ou de condrocalcionose, iniciada pela poliartrite, etc.)


Obs: 
Esta lista de complicações não deve desestimulá-lo. As próteses representam um grande progresso da medicina para o      tratamento dos reumatismos.      Todos estes riscos de complicações são minimizados graças à preparação pré-operatória.

Quais São Os Principais Incoveniêntes E Riscos Tardios Eventuais Da Intervenção ?

Certas complicações podem aparecer tardiamente (esta lista é somente um exemplo)
- o desgaste  é o grande risco de todas as próteses implantadas. O desgaste da prótese (perda de fixação das peças) que se traduzem pelas dores e uma migração das peças da prótese necessitam de uma nova intervenção;
- a infecção tardia aparece pela via sanguínea a partir de um foco infeccioso (pele, urina, brônquios, vesícula, seios da face, etc.) seja por uma contaminação operatória inadvertida, evoluindo silenciosamente e pode levar a um desgaste séptico da prótese ;
- as ossificações periprotéticas são excepcionais : trata-se de formações ósseas em torno da prótese total do fêmur que podem aparecer após a intervenção e que são responsáveis por um endurecimento da articulação. Elas são evitadas pela utilização (sem contra-indicação particular) dos antiinflamatórios não esteroides durante alguns dias após a intervenção. Esta complicação diz respeito essencialmente às próteses de quadril.



- a rigidez de uma articulação protética: ela pode aparecer em certas próteses como a do joelho, do cotovelo ou da escápula. É devido à presença de aderências que limitam a mobilidade (os tecidos moles são “colados”). Ela pode ser prevenida pela mobilização leve e precoce da sua prótese, mobilização passiva ou a ajuda de um aparelho;

- a algoneurodistrofia ou algodistrofia é uma “descompensação” do sistema nervoso que comanda os vasos”, responsáveis pelas dores, pelo edema e podendo levar a um endurecimento da articulação. Trata-se de uma complicação que aparece e evolui de forma
lenta e imprevisível. O tratamento é realizado com a associação de medicamentos e com a reeducação leve e especializada. A evolução pode demorar vários meses;

- em certos casos, um aumento crônico (edema) da articulação protética, em particular do joelho, pode necessitar de uma punção para verificar a ausência de infecção. Manobras locais específicas podem ser discutidas e realizadas de acordo com o cirurgião, em serviço especializado, para drenar o edema (sinovitartrose isotópica.);

- em certos casos, as dores na presença da prótese podem persistir. Certas pessoas podem continuar a sofrer enquanto que a prótese está no lugar, e não tem explicação mecânica e  tudo parece correto segundo as radiografias. Tratam-se de dores dos tecidos situados em torno da prótese.  No quadril, as bursites ou tendinites em torno de fios metálicos que servem para fixar o trocânter  podem incomodar e necessitar de massagens, de cremes ou gel antiinflamatório. Em certos casos excepcionais, o cirurgião poderá propor uma infiltração de um derivado cortisônico. Este tratamento deve ser realizado em um serviço especializado com regras estritas de assepsia. Em casos raros, nenhuma causa evidente é observada e o cirurgião não encontra explicação precisa para o que a pessoa sente.  A observação regular pelo cirurgião é então necessária .  

- as tromboses venosas podem também aparecer após a intervenção: se você sente dor na panturrilha, se você estÁá com falta de ar procure seu médico;

- a fratura da prótese . A ruptura de algumas cabeças de próteses do quadril em cerâmica de zircônio é possível. A fratura dos implantes em silastic da mão é possível e traduz o desgaste da prótese que deve então ser trocado.

Obs:
O desgaste é o elemento que coloca habitualmente um fim à vida das próteses. As outras complicações são, felizmente, mais     raras.

Existe Algum Risco Vital Ao Se Colocar Uma Prótese ?

Em toda operação cirúrgica existe um risco, mesmo que mínimo.
Se o seu estado geral é bom, este risco é mínimo. No entanto se o seu estado geral não é tão bom (idoso, doenças graves do coração, do pulmão, obesidade, etc.), o risco pode ser mais ou menos importante.
O risco de morte após uma prótese do membro inferior é atualmente avaliado a 0,5%. De toda maneira uma avaliação do seu estado de saúde global será realizada antes de você ser operado (geralmente durante a consulta com o médico anestesista).
Você será informado dos riscos e convidado a fazer todas as perguntas necessárias e a pensar antes de tomar sua decisão. Em casos raros, a intervenção poderá ser formalmente desaconselhada, se o risco verificado for superior ao beneficio da intervenção.
  
Obs:
A colocação de uma prótese é uma intervenção de conforto. Se a equipe médica propõe, é que o benefício esperado é superior     aos riscos que poderão ocorrer.

Precisa-se Ter Medo "Da Infecção" De Uma Prótese?




Na cirurgia eletiva o risco infeccioso é excepcional. No entanto,
ele nunca é nulo e se constitui numa complicação grave que
impõe quase sempre uma nova intervenção (nova cirurgia para limpar e às vezes trocar a prótese) e um tratamento
antibiótico prolongado.
O risco infeccioso de uma prótese articular é atualmente inferior
a 1%. Esta complicação é grave pois a nova prótese tem maior risco de se infectar novamente (10 a 20%).
A infecção pode aparecer tardiamente: ela é raramente ligada a uma contaminação pré-operatória, passando despercebida e
que evolui lentamente durante anos, ela é quase sempre devida
a uma contaminação por via sanguínea a partir de um foco
infeccioso situado á distância (dentes, pulmões, urina, garganta, pele, seios da face etc.).


Obs:
O risco infeccioso é baixo (as medidas de prevenção e de melhora da saúde permitem uma diminuição de 50% do risco infeccioso dentro dos 15 últimos anos), mas ele não é nulo e se constitui numa complicação severa. O período inicial durante os primeiros meses é o mais “perigoso”. O risco infeccioso mesmo não sendo nunca nulo, diminui de     forma significativa com o tempo. O importante é não descuidar de um estado infeccioso e/ou um estado febril, um sinal doloroso persistente ou um edema da articulação operada, associado a um estado infeccioso recente ou a uma febre. Então é essencial     dizer aos médicos nas consultas que você tem uma prótese articular.

Como Reduzir O Risco Infeccioso De Uma Prótese ?

Os mecanismos de infecção são múltiplos. A contaminação da articulação operada pode-se fazer a partir de micróbios (germes) da pele, seja durante a intervenção, ou dentro das primeiras semanas que precedem a intervenção, ou pela cicatriz.
Durante as contaminações tardias, o germe migra de um outro foco infeccioso e pode-se instalar sobre a prótese.
Reduzir o risco de infecção é tratar os "reservatórios de germes", as portas de entrada destes germes e ser vigilante com as pessoas de risco (diabético, tratamento por corticóides ou imuno-nodulador ao longo do tratamento, etc.).
Assim, antes da intervenção, para prevenir o risco infeccioso:
- a preparação para a intervenção deve permitir a supressão prévia de todos os potenciais focos infecciosos. É indispensável verificar seu estado dentário (consultar um dentista, fazer uma radiografia [panorâmica dentária]) se necessário, fazer alguns exames biológicos (contagem sanguíneo-plaquetária, velocidade da sedimentação, Proteína C Reativa, procurar por uma infecção urinária). É importante precisar o número e a data das infiltrações previamente efetuadas na articulação que vai ser operada. Algumas
radiografias em particular poderão ser necessárias;
- as infiltrações intra-articulares na articulação a ser operada deverão ser evitadas nos meses precedentes à intervenção (para evitar todo risco infeccioso);
- toda infecção (de pele, urinária, por exemplo) não tratada leva ao adiamento da operação; é necessário primeiro tratar a infecção;
- na véspera e no dia da intervenção, é necessário lavar o corpo e os cabelos com um produto desinfetante especial; o membro a ser operado será depilado (ou raspado com uma gilete descartável). Pois os pelos são reservatórios de micróbios. A preparação segue
um protocolo preciso sob controle da enfermeira.

Na cirurgia ambulatorial, a preparação é similar.
Durante a intervenção, para prevenir e limitar o risco infeccioso:
- a intervenção se inicia em um meio estéril (sala de operação equipada de um fluxo laminar, ar ambiente filtrado, equipe médica vestida com máscara e com touca esterilizada, luva estéril, material estéril ou descartável, etc.). A lavagem cirúrgica das mãos, os
procedimentos de vestimenta do bloco operatório, a manutenção do material e o comportamento da equipe são codificados com controles regulares. Você será desinfectado e você receberá sempre os antibióticos durante a intervenção e logo após (protocolo de
controle.)

Durante a hospitalização: ser de curta duração para diminuir o risco de infecção hospitalar (infecção nasocomial).
Nas seqüências operatórias, e durante toda a sua vida, será necessário ser vigilante:
- o rastreamento e o tratamento das infecções serão permanentes: se você tiver febre ou uma infecção (urinária, pele, garganta, brônquios, seios da face, etc.) é necessário consultar imediatamente seu médico a fim de descobrir rapidamente o tratamento
necessário ( antibióticos);
- todo procedimento de saúde (punção, endoscopia, coronariografia, intervenção cirúrgica, cirurgia estética, etc.) deve ser fato de discussão com seu médico para as medidas de prevenção de uma bacteremia (tomar antibióticos antes e após);
- evitar as infiltrações, as injeções intramusculares (nos glúteos para as próteses do quadril, e no braço para as próteses de ombro ou do cotovelo) ou subcutânea de acordo com a prótese (risco de abscesso), sem avisar ao seu cirurgião;
- é necessário cuidar regularmente dos seus dentes e em caso de tratamento dentário, prevenir o dentista pois os antibióticos podem ser necessários para a continuação do tratamento;
- evitar os tratamentos com pedicuras e manicuras muito agressivos com desinfecção do material e tratamento dos arranhões;
- se você tiver dores na articulação operada, se você tiver febre, é necessário consultar seu médico rapidamente.

Obs:
É melhor prevenir que curar !     A prevenção da infecção justifica uma preparação (às vezes longa), imposta ao paciente para a colocação de uma prótese     articular. Não se esqueça de dizer aos médicos com quem irá consultar que você tem uma prótese. Uma higiene adequada     representa vida longa para você.
Existe risco de infecção anos após a implantação de uma prótese ?

A "infecção" pode aparecer tardiamente, de meses ou até de anos após a colocação de uma prótese articular que até então não havia apresentado nenhum problema (cf. questão 30).
Aqui estão todas as particularidades do risco infeccioso numa prótese articular. Em três situações se deve suspeitar de uma infecção:
- a aparição súbita de uma dor aguda da articulação, associada simultaneamente a uma febre importante: um aviso de urgência em cirurgia ortopédica se impõe;
- a observação de pequenos sinais: vermelhidão da cicatriz, edema doloroso da articulação e aparecimento de dores mediante mobilização da prótese, que até aqui era bem tolerada, deve servir como alerta. Marque rápido uma consulta com seu cirurgião ortopedista;
- às vezes é o cirurgião que colocará a possibilidade de um descolamento séptico (causa infecciosa) ao avaliar sua radiografia, ele poderá propor então uma punção da articulação para confirmar o diagnóstico levando à substituição da prótese e ao tratamento
antibiótico.



Obs:

Esta complicação é excepcional. A vigilância é seu melhor trunfo! Não se deve postergar a consulta com seu cirurgião diante de uma anormalidade. O diagnóstico       de confirmação da infecção é difícil e pode justificar uma hospitalização de alguns dias para fazer exames. Nenhum tratamento          local (pomada, massagens, etc.) deverá atrasar a consulta com seu médico. Nenhum antibiótico ou antiinflamatório deve ser prescrito sem orientação médica. No entanto, antibióticos administrados, sem se       identificar o micróbio responsável, podem “mascará-lo” sem eliminá-lo ! A identificação do micróbio em causa é então impossível e as chances de curá-lo são diminuídas.
 
 
Quais São Os Meios De Tratar Uma Infecção Articular Após Implante De Uma Prótese ?
 O tratamento apresenta sempre duas partes, um tratamento cirúrgico e um tratamento
médico:
- tratamento cirúrgico: duas atitudes são possíveis segundo o tempo da infecção. Se a infecção é diagnosticada rapidamente, é preciso desinfetar completamente e com urgência a articulação. Se a infecção é vista tardiamente ou é de evolução lenta, em um primeiro tempo, é necessário retirar a prótese, em seguida, em função de evolução local, decidiremos a colocação da nova prótese;
- tratamento médico: se fundamenta no uso dos antibióticos e do tratamento das “portas de entrada” de uma infecção.
O isolamento do germe é certo. Os antibióticos são escolhidos em função dos germes e de sua sensibilidade microbiológica. A má difusão dos medicamentos dentro do osso impõe doses de antibióticos muito elevados com uma administração por perfusão intravenosa e uma observação hospitalar da sua eventual toxicidade. A duração do tratamento não é atualmente inferior a 4 semanas. O tratamento da causa da infecção pode justificar um procedimento cirúrgico secundário (extração dentária, drenagem de uma sinusite ou tratamento de uma verruga, ablação da vesícula, etc...).
Os resultados mostram uma taxa de sucesso de 90% utilizando os meios descritos.



Obs:
O tratamento de uma infecção articular após implante de uma prótese é penoso e prolongado. Ele deve ser conduzido em                estrutura especializada por uma equipe multidisciplinar (cirurgião, anestesista, infectologista, fisioterapeuta, etc.). O nome "cura" somente poderá ser pronunciado em período superior a um ano após a colocação da nova prótese. A cura tem este preço !


O Que É A Luxação De Uma Prótese ?

A luxação da prótese é definida como uma perda completa do contato entre os componentes da prótese. Todas as articulações protéticas podem ser acometidas. No entanto trata-se de uma complicação que interessa, sobretudo as próteses totais do
quadril não importa a via cirúrgica (técnica para a colocação da prótese) e os materiais utilizados.
Uma luxação de prótese é uma urgência que necessita uma redução (recolocação dos implantes) sob anestesia. Uma vez que a redução foi obtida, em função do número de episódios de luxação e do contexto, seu cirurgião poderá propor uma avaliação radiológica e de exame de sangue para programar uma nova intervenção.


Obs: 
A luxação é uma complicação rara que necessita de um tratamento urgente com o risco de prejudicar de forma irreversível sua   prótese.

Como Podemos Ver O Desgaste De Uma Prótese ?


O desgaste de uma prótese e sua deterioração é ligada
ao atrito das peças.
Vários mecanismos de desgaste foram descritos:
desgaste por abrasão, desgaste pela transferência, desgaste pela corrosão...
O desgaste de uma prótese não é o mais comum que dá origem a qualquer sintoma (nenhuma dor) durante
um longo período.
Ela é avaliada pelo seu cirurgião durante as consultas
de controle observando as radiografias que ele pediu.
Ela pode ser medida, em certas circunstâncias, de forma mais precisa, pelos métodos sofisticados de informática.
Este desgaste pode ser de origem indireta através de partículas de desgaste liberadas, principalmente de polietileno (plástico de alta densidade), de metal
(“metalose”), de cerâmica, de uma reação inflamatória
(a corpo estranho) que corrói o tecido ósseo situado em torno da prótese: nós chamamos de osteólise
periprotética.

Na fig. ao lado: Prótese do quadril com granuloma (flecha)


Obs:

O desgaste dos componentes protéticos é a complicação maior, a longo prazo, das próteses totais. Ela é atualmente inevitável.    Certo número de soluções é possível para diminuir o desgaste: melhora do polietileno ou substituição do polietileno pelas    cerâmicas. Parece, no entanto, que hoje para limitar o desgaste, coloca-se a prótese onde há uma parte em metal e outra em    polietileno.

Nós Sentimos Dor Quando A Prótese Está Desgastada ?
 
O desgaste da prótese não é nunca doloroso por si só. São as conseqüências que podem ser. No entanto, a partícula de desgaste (plástico, metal, cerâmica, etc.) liberada dentro da articulação acarreta uma reação inflamatória que é a origem de desgaste ósseo em torno da prótese (osteólise periprotética). Estes fenômenos conduzem em seguida um descolamento (perda de fixação) dos implantes protéticos.
Os fenômenos dolorosos aparecem neste estágio, quer dizer tardiamente. Daí o interesse em realizar regularmente as radiografias para verificar a existência de um desgaste, sobretudo por osteólise periprotética, que pode necessitar de uma nova intervenção antes que os desgastes ósseos sejam importantes.


Obs: 
Não é o desgaste em si que é doloroso, mas suas conseqüências: O descolamento (perda de fixação dos implantes protéticos) e      desgastes do tecido ósseo situado em torno da prótese (osteólise péri-protética). Seu cirurgião poderá propor uma nova operação, mesmo se você não sofre ainda, a fim de evitar os desgastes ósseos muito      importantes e uma intervenção mais traumatizante.


Uma Prótese Pode Se "Quebrar" ?

Uma prótese pode “quebrar” como toda peça mecânica. Trata-se de uma ruptura por “fadiga” reproduzindo o fenômeno observado quando se torce varias vezes um clipe.

A ruptura mecânica pode também ser o termo de um desgaste progressivo, surgindo muito tempo após o implante da prótese. Esta complicação é excepcional para as próteses metálicas.
Uma ruptura da cabeça de certas próteses do quadril em cerâmica do tipo zircônio foi recentemente relatada. Esta complicação estava ligada a um problema de controle do processo de fabricação.
Em 2001, a agência francesa de segurança sanitária dos produtos de saúde, suspendeu provisoriamente e interditou em 2002 a colocação no mercado e a distribuição de certos lotes de cabeças de próteses do quadril, em cerâmica de zircônio TH. Estas próteses
julgadas defeituosas apresentam um risco de ruptura. Os outros tipos de próteses do quadril (cabeça metálica, cabeça em cerâmica, de alumínio ou em cerâmica de zircônio "não TH") não foram implicados. As peças em plástico das próteses dos dedos (implantes em
silicone) podem se quebrar, sempre sem que você perceba.
Se o implante vem a ficar dolorido, é necessário de substituí-lo.
 
Obs:
Esta complicação é excepcional para as próteses metálicas. A atuação da metalurgia, a qualidade do aço, das ligas de metais ou dos materiais de atrito utilizadas, tiveram um enorme     progresso nos últimos trinta anos. Esta complicação não excepcional para os implantes do quadril dos anos 60 até hoje     praticamente desapareceu, graças às melhoras técnicas de fabricação, a experiência clinica acumulada e à melhora do desenho    das peças protéticas.


Pode-se "Esquecer" De Uma Prótese ?


O "esquecer" de uma prótese é o verdadeiro objetivo procurado.
Ele depende da função articular que a prótese fornece e também de sua opinião a respeito.
Para "esquecer", é necessário uma articulação indolor permitindo os movimentos usuais com uma boa força (de marcha ou de preensão). É necessário, a mais, admitir que não é um “corpo estranho” mas uma parte de si. Nós podemos, guardadas as devidas
proporções, fazer uma comparação com uma aparelhagem dentária (implante) que sentimos dentro da boca durante 8 a 15 dias e depois “esquecemos” completamente.
Ela é o mesmo que uma prótese articular, se ela dá o resultado previsto.
Dependendo da articulação, as próteses são esquecidas com mais facilidade.
Nós podemos dizer que o quadril, a prótese se “esquece” 8 sobre 10 em 1 ano em média, o joelho são 5 sobre 10 e ela é “esquecida” em 1 ano a 18 meses.
Em outros casos persiste a impressão de se sentir a prótese, o que é sempre bem tolerado. Mesmo neste caso, o resultado funcional é satisfatório.
No membro superior (ombro, cotovelo, mão), não se “sente” mais sua prótese, mas pode haver incômodo pelo déficit funcional que persiste.






Obs:

Não se deve perguntar se você se "sente" ou não sua prótese, mas se assegurar, desde os primeiros dias, de apreciar os     movimentos possíveis, comparando aos que você poderia efetuar antes da operação.

Pode-se Dirigir Com Uma Prótese ?
 
Qualquer que seja o tipo de prótese nos parece necessário esperar o 3° mês após a intervenção para dirigir novamente um carro. Por três razões:
- a primeira é que, durante a entrada ou a saída de dentro do carro, você corre o risco de realizar os movimentos que poderiam favorecer ao aparecimento de dores ou de uma luxação da prótese;
- a segunda é que as dores, a falta de força e de sensações, fazem que, esta tarefa possa ser perigosa nos três primeiros meses, não há razão para dirigir precocemente;
- em fim, em caso de acidente, você poderá ter problemas com o seguro;
Se você possui uma prótese do quadril ou do joelho, no inicio de um mês, é possível viajar em um carro como passageiro, tomando cuidado quando entrar e sair do carro a fim de evitar os movimentos com risco de “luxar” a prótese.
A partir daí, não há nenhuma contra-indicação para se dirigir um carro.


Obs: 
Seja paciente: Aguarde 2 a 3 meses antes de dirigir.


Pode-se Fazer Esporte Com Uma Prótese ?


Nada é formalmente proibido. Tudo depende da sua idade, do seu estado de saúde, da articulação operada, do esporte praticado, do ritmo de treinamento que você gostaria de seguir.
Normalmente, uma pessoa que beneficiou da colocação de uma prótese se sente capaz de retomar suas atividades esportivas de imediato. Ela pode correr, andar de bicicleta, de esqui, nadar, com a condição de ter praticado essas atividades antes que as dores
articulares o impeçam. Mas parece evidente que as próteses articulares muito solicitadas durarão menos tempo (aumento do desgaste das superfícies de contato das próteses).
Não é aconselhável fazer atividades que submetam a prótese a riscos muito importantes como o esqui alpino ou os esportes com impactos importantes, brutais, repetidos, diretos ou indiretos (judô, caratê, corrida, futebol, basquete, etc.) ou que expõe os traumatismos (judô, salto em altura, etc.), esqueça o levantar de pesos. Atividades como a natação, a caminhada, o golfe, o ciclismo, (esportes com impactos pouco importantes) são aconselhados, mas com cuidado.


Obs:

Nós não desejamos e não podemos proibir os prazeres da vida tornados possíveis com a prótese; ao contrário, nós encorajamos     ter uma atividade esportiva adaptada e regular, mas nós aconselhamos a ponderar e seguir os conselhos do seu cirurgião.


Pode-se Fazer Um Scanner Ou Uma Ressonância Magnética Quando Se Tem Uma Prótese ?


A presença de uma prótese articular não impede de realizar uma tomodensitometria (scanner) ou um IRM (Imagem por ressonância magnética). Estes exames não são perigosos para a prótese. O scanner é uma imagem por raios X o que é semelhante a uma
radiografia normal. A IRM é uma imagem feita a partir de um campo magnético que não pode mobilizar um grande corpo estranho metálico fixado ao osso (como uma prótese).
O problema real é na interpretação do exame: ele pode ser difícil, pois a presença de elemento metálico dentro da articulação cria artefatos, quer dizer distorce a imagem obtida.
Notamos que certas peças metálicas ditas “magnéticas”, como o titânio, não criam essas anomalias.
O progresso da radiologia tanto em scanner como na IRM, permitem apagar em parte estes artefatos (“embasamento”) separando o osso das partes metálicas. Nós podemos então ter uma imagem compreensível. Nós utilizamos às vezes o scanner para, por exemplo, verificar o bom posicionamento dos elementos protéticos ou IRM para procurar, por exemplo, a presença de um hematoma em torno da prótese.
Não é recomendável fazer estes exames de IRM com o paciente anestesiado pela possibilidade de aquecimento deste material durante o exame, o que não seria detectado ou sentido pelo paciente estando ele anestesiado.





Obs:

Nós podemos, sem risco, realizar em caso de necessidade, um scanner ou um IRM, quando se tem uma prótese articular.

Pode-se Fazer Fisioterapia Quando Se Tem Uma Prótese ?


A fisioterapia reagrupa na França o conjunto dos tratamentos utilizando os agentes físicos naturais originados da energia, tanto as correntes elétricas (eletroterapia), as ondas mecânicas (notadamente os ultra-sons) e as ondas eletromagnéticas.
Os principais agentes utilizados no tratamento das afecções dolorosas crônicas das articulações dos ossos e dos músculos são:
- a aplicação de correntes elétricas de baixa freqüência para acalmar as dores (eletro estimulação antálgica), ou para trabalhar os músculos (eletro estimulação motora);
- a aplicação de uma corrente elétrica para fazer penetrar os medicamentos localmente em uma zona doente: são as ionizações;
- os ultra-sons, ondas mecânicas que liberam calor atravessando os tecidos (sobretudo os tendões e os ligamentos) e efetuando uma “micro massagem”;
- as ondas eletromagnéticas que aliviam as dores seja aquecendo os tecidos atravessados (por exemplo, as ondas infravermelhas) seja por efeitos magnéticos sem aquecimento dos tecidos (campos magnéticos pulsados notadamente).
Esquematicamente, não se deve aplicar nem as correntes elétricas, nem os ultra-sons nem as ondas eletromagnéticas diante de uma prótese, pois existe o risco de aquecimento ou de deterioração dos metais da prótese. No entanto, estes diferentes tratamentos não são contra-indicados para tratar uma afecção situada à distância da prótese.
Assim, por exemplo, se você beneficia da colocação de uma prótese total do joelho, não é proibido fazer ionizações ou ultra-sons em um ombro dolorido, ou mesmo fortalecer os músculos da coxa pela eletro estimulação motora (a corrente elétrica deve ser aplicada
sobre a coxa acima da prótese do joelho).. No entanto, se você tiver dores residuais do joelho operado, a utilização destes diferentes tratamentos locais pode ser prescrita.





Obs:

Não se deve utilizar a fisioterapia para tratar as dores que surgem devido a uma prótese articular, quando se trata de dores tendinosas ou ligamentares.

Quais São Os Diferentes Tipos De Próteses De Quadril ?


As próteses do quadril podem ser totais ou parciais.


As próteses totais:
O quadril é uma articulação entre a cabeça do fêmur (osso da coxa), que é quase esférica, e uma cavidade côncava da bacia, o “acetábulo”.
Uma prótese é dita total quando os dois elementos são substituídos por peças sintéticas.
Nós substituímos às vezes a parte femoral (por um corpo terminando com uma bola) e a cavidade da bacia (por uma cúpula).
A articulação entre estas duas peças sintéticas reproduz a articulação do quadril, com um atrito.de superfície durante cada movimento.
A natureza química, do mesmo desenho de cada uma das peças, pode variar de um modelo para outro. A peça metálica femoral em aço ou em titânio pode ser “monobloco” ou comportar uma bola de natureza diferente do componente femoral (liga de metais cromo-
cobalto, de cerâmica, de alumínio, etc.), escolhida por suas propriedades (qualidade do atrito, resistência ao desgaste). O acetábulo é comumente de polietileno (plástico de alta densidade fabricado especialmente por este objetivo), em aço, ou em cerâmica.
O modo de fixação das peças dentro do osso pode variar:

- pode-se fixar a prótese com um cimento especial: cimento acrílico (polimetacrilato), com o papel de amortecedor para a repartição
pressões mecânicas; nós falamos de prótese cimentada;

- as próteses não cimentadas são consolidadas de forma biológica diretamente dentro do osso (sem interposição de cimento). A
prótese é fixada graças às propriedades de superfície das
peças, que permitem uma ligação direta entre o osso que cresce e
se liga solidamente ao seu contato.


Na fig. ao lado: Prótese total do quadril (titânio e cerâmica)

As próteses parciais:

As próteses parciais do quadril (ainda chamadas próteses cefálicas) substituem que a cabeça do fêmur, o acetábulo não é substituído Elas são comumente utilizadas após uma fratura da extremidade superior do fêmur;

- elas podem ser “monobloco”, uma bola de aço do mesmo diâmetro que a cabeça do fêmur é ligada a uma haste metálica implantada dentro do osso do fêmur,

- elas podem ser “intermediárias”, quer dizer constituídas de um corpo e de uma cabeça femoral (parecidas com as peças da prótese total), se articulando com uma cúpula esférica em aço, móvel às vezes em relação com o acetábulo (cavidade da bacia) e em relação à
cabeça femoral (jogo duplo de mobilidade).


Estas próteses parciais do quadril colocam em contato um componente em aço (a prótese) e a cartilagem articular da bacia (acetábulo). Ela promove às vezes um desgaste da cartilagem do
acetábulo (teoricamente menos importante com as próteses “intermediárias”), podendo às vezes levar às dores de marcha.

Em certos casos, é necessário propor uma nova intervenção a fim
de “totalizar” a prótese para aliviar as dores.



Na fig. ao lado: Prótese total do quadril



Obs:
Existem dois tipos de próteses do quadril: as próteses totais e as próteses parciais.


É Necessário Cortar Os Músculos Para Colocar Uma Prótese Total De Quadril ?


A eficácia de uma prótese depende:
- da boa posição das peças;
- da integridade e do equilíbrio da musculatura, pois as duas peças complementares são embutidas uma dentro da outra e mantidas pelo tônus muscular.
Para colocar no lugar os elementos sintéticos de uma prótese, é necessário então “entrar” dentro da articulação do quadril. O acesso à articulação pode ser obtido seguindo diferentes “caminhos”, chamados “vias cirúrgicas”.
Algumas são necessárias secções (parciais ou completas) de certos músculos do quadril, são as vias transmusculares. Estas secções deixam inevitavelmente seqüelas definitivas pois os músculos cicatrizam mal e uma fraqueza muscular pode aumentar o risco de
“luxação” da prótese, ou deixar persistir uma marcha claudicante. As outras vias cirúrgicas são as vias trans-ósseas (secção parcial ou total da saliência óssea do fêmur chamada grande trocânter).
Para colocar uma prótese total do quadril, certos cirurgiões preferem expor a articulação sem seccionar os músculos que seguram o jogo da articulação. Eles utilizam uma via através do osso mais proximal que uma via através dos músculos, desligando uma parte
ou integralmente o trocânter, sobre o qual se ligam os principais músculos do quadril (fala- se da trocânterotomia). O trocânter assim permite uma excelente exposição da articulação, sem nenhuma secção muscular. No final da intervenção ele é colocado no lugar e fixado com a ajuda de fios metálicos. Após a intervenção, é necessário caminhar com uma ou duas muletas durante algumas semanas (conselhos precisos serão dados pelo seu cirurgião) para aliviar o apoio sobre o quadril operado e deixar o trocânter consolidar.
Um apoio muito precoce pode arrancar o trocânter mal cicatrizado (pseudo-artrose) e necessitar de uma nova operação para fixá-lo novamente.
A vantagem desta via trans óssea é o respeito integral aos músculos situados em torno da articulação (com uma taxa muito baixa de luxação), e assim com redução dos movimentos proibidos na vida quotidiana (possibilidade de se abaixar, cruzar as pernas, ter atividades esportivas variadas, etc) e a conservação de bons músculos em caso de uma retomada cirúrgica da prótese do quadril.
Outros cirurgiões preferem a via trans muscular que tem a vantagem de permitir a caminhada sem muletas rapidamente e de autorizar uma completa autonomia desde os primeiros dias. O principal inconveniente desta via cirúrgica é o risco de enfraquecer a
musculatura, de favorecer a luxação e de enfraquecer o tônus muscular em caso de nova intervenção (retomada cirúrgica).


Obs:

Melhor do que seccionar os músculos, nós fizemos a escolha de uma via trans óssea com trocanterotomia. O inconveniente desta via cirúrgica é a necessidade de esperar a cicatrização óssea completa do grande trocanter para apoiar     completamente sobre o quadril operado. É o caminho da prudência ao preço de uma marcha com uma ou duas muletas durante     algumas semanas.


Quais Os Movimentos A Evitar Com Uma Prótese Total De Quadril ?


Os movimentos exagerados e as posições forçadas ligadas a certas atividades esportivas (movimentos combinados em flexão de coxa, rotação interna, adução) devem ser evitados nos primeiros meses, pois são movimentos “luxantes”: por exemplo, o movimento do “twist”, o “calçar” por trás. Estes movimentos serão explicados pela equipe médica durante sua hospitalização.

Para se colocar os sapatos é melhor adotar a posição chamada agachada (se calçar pela frente, o joelho para fora). Se ao retornar para sua casa surgirem algumas dificuldades para secar os pés nos primeiros dias, um secador de cabelo poderá ser útil.

Obs:
Segundo o tipo de prótese, a via cirúrgica e o desenrolar da intervenção, certos movimentos serão desaconselhados logo após a    intervenção – pergunte precisamente ao seu cirurgião os movimentos que serão desaconselhados. É em seguida necessário ser prudente durante as 4 a 6 primeiras semanas (evitar os movimentos extremos, as rotações). Por outro lado, se tudo vai bem,   não haverá movimento formalmente proibido. 


Quais São Os Diferentes Tipos De Próteses De Joelho ?




A articulação do joelho é uma “dobradiça” muito aperfeiçoada, capaz de se dobrar, de se estender e de efetuar as rotações. Trata-se de uma estrutura complexa formada de três
elementos: o fêmur (osso da coxa), a tíbia (osso da perna) e
a rótula (pequeno circulo situado antes dos dois precedentes).
As próteses do joelho apareceram mais tarde e
beneficiaram do conhecimento das próteses do quadril.
Existem varias categorias de próteses do joelho:
- As próteses totais utilizadas nos desgastes importantes.
Elas compõem:
• as próteses com dobradiças que funcionam como um
ferrolho de porta e que autorizam um movimento de
flexão-extensão;
• as próteses com escorregamento que reproduzem mais exatamente o movimento fisiológico do joelho nos três planos no espaço.
As próteses necessitam da conservação dos ligamentos para manter e fazer funcionarem juntos os componentes da
prótese;
- As próteses parciais utilizadas nos desgastes articulares localizados:
• prótese unicompartimental femoro-tibial para os desgastes entre o fêmur (osso da coxa) e a tíbia (osso da perna),
• prótese femoro-patelar para os desgastes localizados entre
a rótula (pequeno círculo situado na frente do joelho) e do fêmur.






A quase totalidade das próteses tem um componente femoral metálico associado a um componente em plástico de alta densidade (polietileno) seja tibial, seja rotuliano.



Obs:
A colocação de uma prótese total do joelho necessita de um bom posicionamento dos implantes e de uma reeducação      pós- operatória prolongada. A prótese total do joelho “se esquece” menos rápido do que a prótese total do quadril: é preciso pelo menos 12 a 18 meses para se habituar completamente.


Quais Os Movimentos A Evitar Com Uma Prótese De Joelho ?

Nenhum movimento em particular a evitar:
- todo “movimento forçado”, fazendo aparecer uma dor, deve ser evitado (ficar de joelho, por exemplo);
- uma certa atividade física, fazer esportes por lazer é possível. Contudo uma prótese de joelho não é nem concebida nem implantada para ter solicitações desportivas violentas.

Certos exercícios são propostos, pergunte ao seu cirurgião se eles são adaptados ao seu caso.


Obs:
É necessário consultar seu cirurgião:
-se um movimento aparecer doloroso;
- se uma disfunção aparecer: ”bloqueio” (joelho que se trava), “ressalto” (joelho que se estala), “instabilidade” (sensação de ter o joelho que se solta) ou “movimento anormal”;
- se o joelho inchar e tornar-se quente.


Quais São Os Diferentes Tipos De Próteses De Ombro ?


As próteses totais do ombro, propostas quando as dores são intensas e insuficientemente aliviadas pelo tratamento médico, compreendem um implante metálico dentro do braço (ele substitui a cabeça umeral que é lesada) e uma peça em polietileno, fixada sobre a omoplata (a glenóide). Eles parecem com as próteses do quadril com o corpo terminado por uma cabeça em metal (dentro do braço) articulada com uma peça em polietileno (sobre a glenóide).

Estas próteses “clássicas” necessitam que os tendões e os músculos do ombro (manguito rotador), estejam intactos (são
eles que fazem movimentar a articulação do ombro) e que a cavidade óssea, em particular a glenóide, seja suficiente para
se implantar corretamente a prótese.
Quando os tendões são rompidos (ruptura do manguito
rotador), outras próteses podem ser utilizadas em caso de
dores muito intensas do ombro: prótese “invertida”, prótese intermediária, prótese umeral simples, permitindo obter o
desaparecimento das dores e uma mobilidade satisfatória, mesmo se os músculos estão muito alterados. A mobilidade do ombro é, no entanto menor que quando o manguito está
intacto.
A indicação destas próteses depende da idade, da importância
do desgaste ósseo, do tipo de alteração dos tendões e dos
músculos do ombro.

Obs:
Estas próteses, menos difundidas que as do quadril são cada vez mais confiáveis e têm bons resultados até 8 a 10 anos após sua    colocação.


Quais Os Movimentos A Evitar Com Uma Prótese De Ombro ?

A reeducação de uma prótese total do ombro deve ser precoce para evitar a rigidez.
Ela pode ser realizada na piscina (hidroterapia) desde a retirada dos fios da cicatriz. Os exercícios passivos, ativos e contra resistência são progressivamente introduzidos durante as 6 primeiras semanas após a intervenção.
Os movimentos em rotação extrema, assim como dirigir um automóvel, ficam proibidos até o 45º dia. Todos os esforços de levantamento e os exercícios com os braços para o ar devem ser evitados até o terceiro mês.
As atividades quotidianas são retomadas de forma progressiva e a reeducação é seguida por uma duração de 3 a 6 meses. Passado o prazo de recuperação, o ombro pode ser utilizado normalmente sem restrição particular.






Obs:
Nenhum movimento é proibido, mas é necessário evitar os movimentos exagerados e as posições forçadas (pegar peso, tração      com os braços para cima, etc.). Atenção em viagens (pegar e puxar as bagagens) !


Quais São Os Diferentes Tipos De Próteses Dos Dedos ?

A colocação protética das articulações dos dedos é a mais comum relacionada aos implantes de silastic (elastômero de silicone). As próteses em metal-plástico ou em cerâmica são, no entanto cada vez mais utilizadas. Muito utilizadas na poliartrite
reumatóide, os implantes tem um tamanho que varia segundo a articulação acometida: metacarpo-falangiano ou interfalangeana proximal (entre as precedentes e a ponta dos dedos). Seu principio não é de reproduzir a anatomia da articulação, mas de manter um espaço articular para permitir a mobilidade dos dedos em flexão-extensão, sua estabilidade é assegurada pela cicatrização dos tecidos situados em torno da prótese.
Para o polegar, a importância dos atritos mecânicos e a necessidade de conservar uma boa pinça polegar-index modificam as indicações:
- A artrose do polegar (rizartrose) dolorida responde ao tratamento médico e às infiltrações e pode ser operada em certos casos. O procedimento cirúrgico quase sempre proposto não é uma prótese, mas a retirada do osso doente (retiramos um pequeno osso:
o trapézio) e uma ligamentoplastia (nós colocamos no lugar um ligamento enrolado sobre ele mesmo). Esta cirurgia alivia rápido as dores, mas a força é recuperada mais lentamente (em média 6 meses). As próteses trapézio-metacarpianas são semelhantes àquelas utilizadas para o quadril (metal-polietileno), pois os implantes em silicone se degradam rapidamente (fenômeno de desgaste provocando uma deterioração do implante e do arcabouço ósseo);





poliartrite reumatóide / próteses nos dedos


- A artrodese (blocagem) da articulação metacarpo-falangiana é sempre preferida que a colocação de uma prótese de silicone, que nem sempre é realizável.




próteses nos dedos


Obs:
Se você precisar de uma prótese de dedo, nós aconselhamos consultar um cirurgião especializado em mão, com experiência neste tipo de intervenção, pois estas próteses têm indicações muito especificas.
 
 
Quais Os Movimentos A Evitar Com Uma Prótese Dos Dedos ?




Após a intervenção, a mão é imobilizada em um aparelho sob medida (órtese de repouso), a fim de proteger as suturas cirúrgicas e de
colocar a articulação em boa posição durante a cicatrização dos
tecidos situados em torno da prótese.
A mobilização leve dos dedos é confortante.
A órtese é conservada por uma duração de 3 a 6 semanas, segundo
a articulação envolvida.
Ao termo desta imobilização, a mão é deixada livre e pode ser
utilizada sem restrição para os movimentos da vida quotidiana.
As manobras de força serão prescritas (cortar e colar) pois elas levam
a atritos mecânicos muito importantes sobre os implantes e podem deteriorar a prótese (ruptura, luxação).


Obs:
Leve uma vida normal evitando os excessos e os movimentos extremos.
 
Existem Próteses Para O Tornozelo ?

As próteses totais do tornozelo existem.
Elas têm um desenvolvimento mais limitado que as próteses totais do quadril e do joelho pelo fato da dificuldade de obter uma fixação durável dos implantes sobre as superfícies articulares do osso da perna (tíbia) mas, sobretudo o osso do pé (o astrágalo ou talus).
Estas próteses são propostas como alternativa a artrodese (o bloqueio) da articulação.
Elas são indicadas no caso de artrose ou de poliartrite reumatóide segundo os critérios estritos levando em conta a importância da dor e da deformação do tornozelo, mas também do estado das outras articulações do pé e do joelho.


As primeiras próteses que foram desenvolvidas nos anos 80 não deram bons resultados.

As próteses atuais de 3 gerações são mais próximas do movimento natural do tornozelo.

Elas se compõem de 3 partes: um implante em metal dentro da
tíbia, um implante em metal dentro do talus e uma peça
intermediária móvel em polietileno (plástico de alta densidade) que permite os movimentos do tornozelo (flexão-extensão).

Atualmente, a fixação das peças sem cimento cirúrgico, associado aos princípios mecânicos mais próximos da fisiologia da articulação do tornozelo permite obter resultados duráveis.


Na fig. ao lado: prótese de tornozelo


Obs:
As próteses totais do tornozelo existem, elas são, no entanto, menos utilizadas atualmente que as próteses do quadril e do    joelho.
 
 
Existem Próteses Para O Cotovelo ?
  As próteses totais do cotovelo substituem a articulação úmero –cubital (entre o osso do braço e do antebraço). As próteses com dobradiça são utilizadas, se os ligamentos situados em torno da articulação não podem ser reconstituídos. Quando eles estão
intactos, nós podemos usar as outras próteses que têm um desenho mais próximo da anatomia normal desta articulação; uma prótese de cabeça radial é às vezes requerida.
Estas próteses, propostas em caso de artrite reumatóide do cotovelo, necessitam de bons ligamentos e, sobretudo um arcabouço ósseo satisfatório para poder fixar a prótese.
Não se deve propor muito tarde.



prótese do cotovelo


Obs:

A colocação destas próteses é uma intervenção delicada, não isenta de complicações, e a esperança de vida destes implantes é     atualmente de 7 a 10 anos de acordo com a série. No entanto, os progressos na sua concepção permitirão ampliar suas indicações e de propor com mais freqüência (por exemplo,     para as fraturas complexas do braço nas pessoas idosas). Elas precisam de um longo período de reeducação.


Existem Próteses Para A Coluna Vertebral ?
 
Entre os corpos vertebrais encontramos um disco intervertebral, verdadeiramente “pneumático” que amortece os choques. Quando existe um desgaste doloroso do disco intervertebral (dores em baixo das costas muito invalidantes) e a conduta é: tratamento
médico e reeducação, certas equipes propõem próteses de disco intervertebral que dão uma pequena mobilidade entre as vértebras.
Atualmente, trata-se de uma cirurgia, que está em avaliação e que não é difundida largamente na França. Algumas equipes médicas colocam este tipo prótese no caso de protocolo de pesquisa.
Os resultados destes estudos científicos permitirão analisar a colocação destas próteses no tratamento da “dor nas costas”.

Obs:
Esse tipo de prótese ainda é experimental
 

 
 
 

Um comentário:

Nadia disse...

Muito elucidativo, porém o meu caso não consta deste trabalho.Que pena!