1. Alunos do 3o período do curso de Fisioterapia da UNIVERSO
2. Professores/ Orientadores
RESUMO
Palavras-chave: Cinesioterapia, Exercícios no leito, Fisioterapia, Reeducação funcional.
A
reeducação funcional é um meio de favorecer o paciente que está
temporariamente ou permanentemente sem suas funções habituais, no
retorno ou aprendizado de uma nova maneira de realizá-las. Além disso,
visa evitar as desordens que ocorrem no indivíduo acamado devido à
imobilidade. Como exemplos podemos citar as úlceras de decúbito e o
acúmulo de toxinas, o incremento da circulação, respiração e
propriocepção. Para que haja respostas positivas no tratamento do
sujeito, o fisioterapeuta programa um planejamento de atividades a serem
realizadas, baseado no estado de dependência do indivíduo, a fim de que
este adquira sua independência funcional. A proposta de exercícios terá
como algumas de suas finalidades promover que o paciente saia da cama
ou possa ser transferido adequadamente para uma cadeira de rodas. Alguns
exercícios podem ser utilizados, como: rotacionar o tronco
(favorecendo a mudança de decúbito), deitar de lado com sustentação do
antebraço (a fim de se conseguir, posteriormente, que o paciente se
sente), sentar na lateral do leito, deslizar e elevar (são preliminares
para que se levante e se desloque para outro lugar), transferir para a
cadeira de rodas (sendo a melhor resposta para pacientes que não
conseguem se levantar e andar, pois assim podem ser facilmente
transportados) e realizar o exercício de ponte (não presente na série de
atividades que leve o paciente a sair da cama, mas incluso por ser
importante para confinados no leito, facilitando os cuidados de
enfermagem e as trocas de roupas). Visto que esses exercícios
contribuirão para alcançar a independência, é essencial que toda a
equipe de saúde e os familiares do indivíduo tenham essa idéia
consolidada, objetivando estimular o sujeito acometido a recuperar sua
funcionalidade.
INTRODUÇÃO
Reeducação
funcional (RF) pode ser descrita como um meio de educar o indivíduo na
realização de suas funções habituais. Portanto seu objetivo é fornecer
subsídios para que o paciente que está temporariamente ou
permanentemente sem suas funções, possa voltar a exercê-las ou até mesmo
aprender uma nova maneira de executá-las. logo,
seu objetivo é fornecer subsídios para que o paciente , que está
temporariamente ou permanentemente sem suas funções, possa voltar a
exercê-las ou até mesmo aprender uma nova maneira de executá-las. (KISNER, 1998).
A RF visa evitar as muitas desordens do organismo, prevenindo a
imobilidade e muitas de suas conseqüências como as úlceras de decúbito e
o acúmulo de toxinas, melhorando sua circulação, respiração e
propriocepção (KISSNER, 1998). Quando o portador passa a permanecer
acamado, começam as dificuldades para transferência, para posicionamento
e para evitar úlceras de pressão. Nessa fase, é importante que o cuidador esteja orientado sobre como cuidar desse paciente a fim de evitar complicações (MELO M. A.; DRIUSSO P., 2006)
Para
esse propósito, o fisioterapeuta é o agente de recuperação que vai
realizar, através de um planejamento e baseado em uma avaliação inicial,
um programa que vai reabilitar suas funções básicas rotineiras
contribuindo e até determinando no ganho da independência do paciente (O’SULLIVAN, 2004).
Na avaliação cabe investigar se o paciente está sendo medicado e se
há contra-indicação para mobilização. Será realizada uma anamnese e uma
análise sobre seu nível de dependência funcional, solicitando que o
paciente execute ou tente executar, sozinho, atividades rotineiras para
que baseado nessas informações, possamos elaborar um planejamento do
trabalho a ser executado por nós, objetivando a sua reabilitação. Para
esse fim poderemos utilizar algumas escalas de independência funcional
(AZEREDO Z., MATOS E., 2003).
O
objetivo desse trabalho é destacar a importância da reeducação
funcional além de apresentar, de forma concisa, alguns exemplos para
pacientes acamados, destacando seus procedimentos de realização,
aplicabilidade e precauções.
Metodologia
Inicialmente foi realizada uma revisão da literatura, utilizando livros
textos e artigos científicos para a seleção de alguns exercícios que
posteriormente foram executados para documentação fotográfica e
confecção do pôster para apresentação.
Exercícios no Leito
Rotação do Tronco
A rotação tem a finalidade de favorecer ao paciente a mudança de
decúbito, promovendo o conforto no leito e também ajudar no momento em
que se é feito os cuidados de enfermagem; para a realização da
fisioterapia e para mudança da roupa de cama e vestimenta do paciente
(GARDINER, 1983). Quanto aos efeitos fisiológicos dependendo da posição
adquirida, pode ocorrer maior expansão da caixa torácica (FROWNFELTER
& DEAN, 2004), vias aéreas mais livres, relaxamento da coluna
vertebral (devido sua extensão), relaxamento da musculatura (devido seu
alongamento) e prevenção da imobilidade articular (GARDINER, 1983).
A
rotação pode ser feita com assistência mínima ou máxima, e também pode
ser feita sem assistência. As rotações podem ser de supino para deitar
de lado e da posição deitado em supino para prono (GARDINER, 1983).
A rotação de supino para deitar de lado,
exige uma flexão total com rotação do corpo, que é iniciada e conduzida
pela cabeça e pescoço. É necessária uma forte atividade dos membros e
seu recrutamento sempre que esteja disponível (GARDINER, 1983).
A rotação de supino para prono
exige extensão total do corpo. Esta fará com que o paciente se deite de
lado, mas a continuação do movimento levará a uma posição deitada em
prono (GARDINER, 1983).
Deitar de lado com sustentação do antebraço.
Esta posição é usada inicialmente para levar o paciente a sentar,
alguns pacientes acham-na conveniente para alcançar objetos na mesa, ler
livros e para apreciar a paisagem. A pressão sobre a articulação dos
ombros estimulará a atividade de toda a região do ombro, logo pode
mostrar-se útil durante o tratamento de alguns males do ombro (GARDINER,
1983).
Sentar
no lado do leito, geralmente é uma preliminar para se levantar e se
movimentar para outro lugar, vestir-se, e outras atividades de higiene e
também fornece uma liberdade para os braços realizarem inúmeras
finalidades (GARDINER, 1983).
Durante esse movimento, o corpo é pivoteado
sobre uma nádega até que seja alcançada a posição sentada, quando então
o peso é distribuído igualmente entre as duas nádegas. Ensina-se o
paciente a sentar-se corrigindo o padrão de sua postura sentada com
apoio. Se ele tender a cair numa direção, devido à remoção do apoio,
provocará naturalmente um reflexo de endireitamento e reações de
equilíbrio. Se estas reações forem lentas ou inadequadas, deve-se
impedir que o paciente venha a cair. A estabilidade no sentar é
assegurada pela pressão das coxas no leito, e os pés no chão, se eles
puderem alcançá-lo (GARDINER, 1983).
Deslizamento e Elevação
A capacidade de colocar o peso nos braços, erguer e movimentar a pelve
são essenciais para a transferência de pacientes em cadeiras de rodas
(DAVIES, 1996).
Transferência do leito à cadeira de rodas e de volta novamente
Transferir-se corretamente e sem esforço indevido, habilitará o
paciente mais tarde a ficar de pé facilmente. A transferência é
grandemente ajudada quando o leito do paciente possui uma altura
ajustável, possibilitando a nivelação da mesma altura que a cadeira de
rodas (DAVIES, 1996).
Transferência Passiva
apresentar incapacidade de ajudar ativamente.
Transferência mais ativa
Quando o paciente seja capaz de ajudar de algum modo, a transferência
irá se tornar mais ativa. O assistente irá auxiliar o paciente na medida
em que este necessite de sua ajuda para realizar o movimento fácil e
suave (DAVIES, 1996).
Quando o paciente pode transferir-se com a ajuda de um banco à sua
frente, este pode aprender o fazer o mesmo movimento sem o auxílio do
banco.
A cadeira de rodas constitui a melhor resposta para um paciente que
seja incapaz de ficar de pé e andar, mesmo com auxílio. Este paciente
pode então ser facilmente transportado para sessões de terapia ou
radiografia ou outros exames (DAVIES, 1996).
O exercício de ponte sendo realizado em pacientes no leito irá
facilitar os cuidados de enfermagem e as atividades ligadas a vestir-se,
irá fazer com que o paciente sinta a pressão sobre os pés e assim
exigindo atividade das pernas para sustentação do peso. Além disso, o
exercício de ponte irá possibilitar a reorganização de coluna lombar, o
fortalecimento da musculatura e o alongamento do tronco. Este exercício
não faz parte da série de movimentos que levam o paciente a sentar ou
sair da cama, mas é incluso por ser apropriado e adequado aos pacientes
confinados no leito (GARDINER, 1983).
Considerações finais
Percebemos a importância do conhecimento acerca do tema para os fisioterapeutas, profissionais de enfermagem e cuidadores.
Favorece a possibilidade de aplicarmos esses procedimentos para a
reabilitação do paciente o mais cedo possível, onde deve-se lembrar a
importância da presença e cooperação das pessoas que irão cuidar do
paciente, pois elas deverão estimular e dar continuidade ao trabalho,
para que este possa ser completo.
Porém não podemos estabelecer um momento em que esse indivíduo esteja reabilitado, pois conforme colocado por Trieshman (O’SULLIVAN, 2004) a dinâmica do processo de aprendizado “começa no momento da lesão e continua pelo resto da vida da pessoa”.
Referências
GARDINER, M. D. Manual de terapia por movimento. 4ª Ed.
DAVIES, P. M. Passos a seguir: Um manual para o tratamento da hemiplegia no adulto. 1ª Ed. São Paulo: Manole, 1996. 311p.
MELO,
M. A.; DRIUSSO, P. Proposta fisioterapêutica para os cuidados de
portadores da doença de Alzheimer. Envelhecimento e saúde, São Paulo, v.
12, n. 4, p. 11 – 18, 2006.
AZEREDO,
Z.; MATOS, E. Grau de dependência em doentes que sofreram AVC. Revista
Faculdade de Medicina de Lisboa, série III, v. 8, n. 4, p. 199 – 204,
2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário