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sexta-feira, 7 de março de 2014

Neoplasia Trofoblástica Gestacional



Daniel Damiani
Ginecologia e Obstetrícia, 2009.

Introdução


  • As NTG são neoplasias (malignas ou benignas) originadas pelo epitélio trofoblástico.
    • Citotrofoblasto.
    • Sinciciotrofoblasto: produz hCG.
    • Trofoblasto intermediário: produz hLP.
Blastomas apresentam capacidade de degeneração e proliferação (anaplasia e hiperplasia).



  • Sinciciotrofoblasto: invade o endométrio estimulando a reação decidual.
  • Citotrofoblasto: vilosidades primárias.




  • NTG ou DTG:
    • Mola Hidatiforme.
    • Tumores Trofoblásticos Gestacionais:
      • Mola Invasora (Corioadenoma destruens).
        • Invade miométrio e ou metastatizam!
      • Coriocarcinomas.
      • Tumores Trofoblásticos do Sítio Placentário.
        • Elevação hLP não hCG: muito agressivo!!
Tumores podem ser metastáticos ou não!

Classificação Clínica

  • Benignas: Mola Hidatiforme
    • Mola Completa: ausência fetal / ovo anômalo SEM embrião.
    • Mola Incompleta: presença fetal (embrião) + tecido molar + vilosidades (hidrópicas ou normais).
  • Malignas: Tumor Trofoblástico Gestacional
    • Não Metastático.
    • Metastático:
      • Cerebrais, Hepáticas, Insucesso com QT prévia, níveis de hCG persistentes...


Caracterização Clínica

  • OMS: diagnóstico de TTG é feito...
    • 1. hCG elevado (>20000mUI/mL) por mais que 4 sem. após esvaziamento molar.
    • 2. Níveis progressivamente maiores de hCG após esvaziamento molar.
    • 3. Histologia de coriocarcinoma ou tumor de sítio placentário em qualquer órgão.
    • 4. Metástase pulmonar, renal, hepática ou TGI > 2cm de diâmetro ou maior do que 3 (número).


Estadiamento

  • Estádio I:
    • Limitada ao útero.
  • Estádio II:
    • Confinada a genitais.
  • Estádio III:
    • Extensão pulmonar.
  • Estádio IV:
    • Qualquer sítio: cérebro, fígado.


Mola Hidatiforme

  • Doença benigna caracterizada por anormalidades nas vilosidades coriônicas.
  • Graus variados de proliferação trofoblástica.
  • Edema do estroma viloso.


MH Completa:


MH Incompleta:


  • Risco de transformação em coriocarcinoma.
  • Maior incidência em pobres: def. ácido fólico!
  • Desnutrição.
  • Mulheres > 40 anos.
  • História Prévia de MH.


MH - Patologia



MH Completa

  • Ovo anômalo NÃO abriga o feto e âmnio.
  • Perda da vascularização vilosa.
  • Dilatação hidrópica.
  • Hiperplasia do cito e sinciciotrofoblasto.
  • 90% diplóide: 46,XX (espermatozóide 23,X) com duplicação do genoma masculino em um óvulo SEM genoma feminino.
  • 10% dispermia: fertilização do óvulo normal por 2 espermatozóides (cariótipo XY).


MH Incompleta
  • Ovo anômalo + remanescentes embrionários ou fetais + placenta com
    vilosidades (normais ou com hiperplasia trofoblástica focalmente hidrópica).
  • Cariótipo triplóide: 69,XXX; 69,XXY ou 69,XYY.
    • Triplóide devido a fertilização do óvulo por 2 espermatozóides (dispermia) ou 1 esptz (46,__).
  • Subdiagnosticada: material curetado de abortos.


MH Completa vs. Incompleta



Manifestações Clínicas

  • Quadro inicial de gravidez habitual.
  • Muita náusea, vômito e sialorréia.
  • Perdas sangüíneas pós-2ªmês, indolores, progressivas...
  • Anemia ferropriva.
  • Corrimento amarelado e purulento.
  • Sinal Patognomônico: Emissão de vesículas no início do abortamento!
  • Pós-20ªsem evolução para toxemia gravídica!
  • Crescimento uterino desproporcional: retenção de coágulos:
    • “Útero em Sanfona”: sangra diminui, depois aumenta...
  • BCF ausentes.
  • Cistos luteínicos (ovário): hiperestímulo hCG.
  • Sinais de hipertireoidismo: co-estímulo pelo hCG.
  • Embolia pulmonar.


Diagnóstico

  • Manifestações clínicas + USG.
  • hCG:
    • Gestação Normal: 50000-100000mUI/mL.
    • MH: >200000mUI/mL.
  • USG:
    • Dificuldade p/ MH incompleta.
    • Facilidade p/ MH completa.
  • ATENÇÃO:
    • Ausência de BCF + Aumento hCG = Sugestivo MH!




Tratamento

  • Dilatação e esvaziamento uterino (peridural).
  • Vácuo-aspiração + histeroscopia (pós 7-10d).
  • Histerectomia:
    • Mulheres multíparas, >40a.
    • Hemorragia, sepse, tumor uterino.
  • Seguimento pós-molar:
    • Exame Clínico 7-15/15d: possíveis metástases.
    • USG acompanha involução uterina.
    • Laparoscopia e histeroscopia são fundamentais.
    • RX tórax mensal: meta pulmonar (enquanto hCG alto).
    • cDosagem seriada de hCG: declínio!!!!


Seguimento

  • Utilizar QT:
    • Se níveis de hCG estacionarem por 3 semanas consecutivas!
    • Se níveis de hCG aumentarem!
    • Se aparecerem metástases!
  • QT: esquema EMA-CO
    • Etoposídeo + MTX + Actinomicina D + Ciclofosfamida + Vincristina (Oncovin®).
    • Cerebral: RT ou MTX Intra-tecal.


Mola Invasora

  • Corioadenoma destruens.
  • Invade o miométrio e metastatizam.
  • Mantém estrutura vilositária.
  • 1:12500 gestantes.
  • História de MH.
  • Clínica:
    • Metrorragias, subinvolução uterina, infecções, perfuração uterina.
    • hCG elevado!!!
  • USG + Doppler: sugerem invasão miometrial.
  • TTO QT: MTX + actinomicina D.
Pode evoluir para Coriocarcinoma

Coriocarcinoma

  • Neoplasia maligna do cito/sinciciotrofoblasto.
  • Ausência de vilosidades coriais.
  • 1:40000 gestações.
  • 50% casos provém de MH.
  • 25% casos provém de abortamento.
  • 22,5% casos provém de gestação normal.
  • 2,5% casos provém de gravidez ectópica.
  • Clínica:
    • MH.
    • Útero aumentado.
    • Sangramento persistente.
    • hCG não ficam negativos.
    • Metástases:
      • Hematêmese.
      • Lesões pulmonares (RX tórax) – 60% casos.
      • Lesões cerebrais (TC e RM) – 20% casos.
      • Lesões abdominais e vaginais – 40-50% casos.






  • Tratamento:
    • QT.
    • Meta cerebral/hepática = RT + QT.
    • PoliQT: EMA-CO.
    • Bom prognóstico com altas taxas de cura.


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