O
paciente, nessa fase da doença, comumente é frágil e as suas funções
vão declinando até não mais se recuperarem. O estado de fragilidade o
leva à incapacidade para realizar as atividades importantes da vida e as tarefas habituais do dia-a-dia, o que prejudica a sua qualidade de vida.
A
avaliação do paciente, realizada pelo fisioterapeuta, é abrangente e
observa sinais e sintomas como: dor, linfedema, dispnéia, fadiga,
alterações neurológicas etc.. Atenta para que fatores importantes não
passem despercebidos e para as limitações funcionais que influem na
tomada de decisão. Ele ouve as queixas e as necessidades
do paciente, discute o caso clínico com a equipe multidisciplinar e
desenvolve o plano terapêutico, esclarecendo as ações a serem
desenvolvidas à família.
A
imobilidade, situação comum, pode levar ao comprometimento gradual do
condicionamento físico e da força muscular, bem como da flexibilidade e
da capacidade aeróbica, predispondo ao desenvolvimento da síndrome de
imobilização. Esta, uma vez instalada, pode levar ao comprometimento da
coordenação motora, à retração dos tendões com redução da amplitude de
movimento articular e à atrofia dos músculos, que passam a apresentar pontos de dor, demonstrando a necessidade da atuação paliativa do fisioterapeuta.
Uma
das metas do fisioterapeuta é a preservação da função motora do
paciente, adiando a instalação das incapacidades decorrentes da
imobilidade resultante da doença, e das co-morbidades associadas. Com as
técnicas de reabilitação, ele pode ajudar o indivíduo a alcançar uma
maior independência funcional, aproveitando as suas potencialidades e
respeitando as suas limitações.
A cinesioterapia, ou movimento terapêutico, o principal instrumento da fisioterapia, permite restaurar ou melhorar o desempenho funcional dos segmentos corporais comprometidos, ajudando o paciente a alcançar maior independência funcional.
A
fisioterapia possui um enorme arsenal de técnicas, para a melhora da
sintomatologia e da qualidade de vida. Dentre as intervenções para o
alivio da dor utiliza a eletroterapia com o TENS, a aplicação do frio,
as terapias manuais, a massagem etc.
Na fadiga ela atua no manejo dos sintomas e na sua prevenção, por meio do equilíbrio da atividade e do descanso.
No
manejo do linfedema a fisioterapia tem um papel relevante, tanto na
prevenção quanto no tratamento, por meio de técnicas bem descritas e
aceitas na literatura científica, como a Terapia Física Complexa - TFC,
que inclui a drenagem linfática, entre outros tratamentos.
Alterações
pulmonares como a dispnéia, a atelectasia (fechamento total ou parcial
dos alvéolos), o acúmulo de secreções e outros sintomas ou complicações
respiratórias podem ser prevenidos, tratados ou aliviados, por meio da
fisioterapia respiratória.
Nos sintomas psicofísicos, as técnicas de relaxamento podem ser proveitosas e realizadas em conjunto com o psicólogo.
Nas
alterações neurológicas seus objetivos são corrigir as alterações da
postura e do equilíbrio, melhorar a coordenação motora, manter a força
muscular e evitar encurtamentos.
O fisioterapeuta, nos cuidados
paliativos, busca controlar os sintomas, educar e orientar os
cuidadores e familiares, maximizar as habilidades funcionais e manter o
máximo possível a autonomia do paciente, visando a sua independência
funcional.
Ele
valoriza as pequenas realizações do dia a dia e as divide com o
paciente, com os seus familiares e com a equipe multidisciplinar.
Referência
UNIC. Manual de cuidados paliativos em pacientes com câncer. Editora: UNATI/UERJ. Rio de Janeiro, 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário