Hemiplegia:
• AVEà os centros superiores (inibidores) ficam bloqueados, deixando livre a atuação da atividade reflexa.
• O tratamento do hemiparético é controvertido, devido ao grande números de técnicas elaboradas e defendidas.
• Deve-se
sempre utilizar o movimento normal como base sobre a qual se possa
escolher técnicas apropriadas de facilitação e inibição que permitem que
o paciente hemiparético retorne a uma vida com a qualidade de função
mais alta possível.
Sinergias Básicas
o Trabalham em conjunto como uma unidade funcional;
o São de natureza primitiva e automática;
o São controladas pela medula espinal;
o Apresentam-se em sinergias flexora e extensora.
ESTRUTURA
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SINERGIA FLEXORA
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SINERGIA EXTENSORA
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CINTURA ESCAPULAR
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Elevação retração
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Depressão e protração
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OMBRO
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Abdução e RE
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Adução e RI
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COTOVELO
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Flexão
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Extensão
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ANTEBRAÇO
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Supinação
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Pronação
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QUADRIL
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Flexão, abdução e RE
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Extensão, adução e RI
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JOELHO
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Flexão
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Extensão
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TORNOZELO
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Dorsiflexão e inversão
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Flexão plantar e inversão
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Distúrbios do Movimento
• Hemiplegia ou hemiparesia
• Reflexos e Reações:
– Reflexos posturais alterados
– RTCS
– RTCA
– RTL
– Reação de Souqués
– Reações associadas
– ROT’s hiperativos
Deficiências motoras
• Perda de controle: Movimento ativo e força muscular
• Tono muscular:
– Fase aguda: flacidez
– Fase crônica: espasticidade
• Equilíbrio e Reações Protetoras
• Encurtamento muscular: alterações mecânicas da espasticidade
• Incoordenações: falha na inibição recíproca
• Apraxias
– Ideomotora à movimento não ocorre sob comando.
– Ideativa àmodifica a seqüência de gestos.
Deficiências: Função da linguagem
• Afasia de Broca à afasia motora.
• Afasia de Wernicke à afasia sensorial.
• Afasia global à Broca + Wernicke.
Deficiências: Função perceptiva
• Decorrentes de lesões do lobo parietal, occipital e temporal (depende dos sinais mostrados):
– Distúrbios na imagem corporal
– Negligência unilateral
– Astereognosia, agnosia auditiva, agnosia visual
– Outros tipos de apraxias
• Decorrentes de lesões do lobo parietal, occipital e temporal (depende dos sinais mostrados):
– Distúrbios na imagem corporal
– Negligência unilateral
– Astereognosia, agnosia auditiva, agnosia visual
– Outros tipos de apraxias
Problemas secundários e complicações
• Problemas psicológicos
• Contraturas e deformidades
• Trombose venosa profunda (TVP)
• Dor: lesões que afetam o tálamo, articular, muscular.
• Problemas urinários e intestinais
• Disfunção oro-facialà disfagia.
• Problemas cardio-vasculares.
Limitações funcionais
• Posturas à assimetria corporal
– DD
– DL
– DV
– Sentado
– Gatas
– Ajoelhado
– Semi-ajoelhado
– Em pé
• Postura em pé:
– Flexão lateral da cabeça e tronco em direção ao lado afetado com rotação da cabeça em direção ao lado não afetado.
– Depressão e retração da escápula, RI, adução do braço, flexão do cotovelo e pronação do antebraço, flexão do punho e dedos.
– Retração
e elevação do quadril, com extensão do quadril e joelho e adução do
quadril, ou flexão do quadril e joelho com abdução do quadril. A flexão
plantar do tornozelo é comum em ambos.
• Movimentos funcionais: início, transição e conclusão:
– Rolar
– DD para sentado
– Sentado para em pé
– Sentado para gatas
– Gatas para ajoelhado
– Ajoelhado para semi
– Semi para em pé
ARTICULAÇÃO
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FASE DE APOIO: LIMITAÇÃO
|
FASE DE APOIO: DEFICIÊNCIA
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Tronco e Pelve
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Débil extensão e contratura em flexão, Trendelemburg +
|
Fraqueza de Glúteo Médio
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Quadril
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Extensão limitada
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Fraqueza de extensores do quadril e FP, espasticidade de reto femoral.
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Joelho
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Hiperextensão
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Quadríceps e FP espásticos e fraqueza abdominal e IQT.
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Tornozelo e Pé
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Equinovaro
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Fraqueza de tibial anterior e FP espásticos
|
ARTICULAÇÃO
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FASE DE BALANÇO: LIMITAÇÃO
|
FASE DE BALANÇO: DEFICIÊNCIA
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Tronco e Pelve
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Inclinação para o lado bom, elevação da pelve e falha na dissociação
|
Fraqueza de flexores do quadril e abdominais
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Quadril
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Flexão inadequada
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Fraqueza de flexores do quadril e abdominais
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Joelho
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Falha na aceleração e desaceleração
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Espasticidade de reto femoral e Fraqueza de flexores do quadril
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Tornozelo e Pé
|
Equinovaro
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Espasticidade dos FP, fraqueza de tibial anterior
|
CONDIÇÕES PATOLÓGICAS DE LIMITAÇÃO FUNCIONAL E SUGESTÕES DE TRATAMENTOS
Limitações: Alterações biomecânicas relacionadas ao ombro
Subluxação do ombro
• 70-80% dos pacientes
• Afeta funções como marcha e deficiência no equilíbrio.
• Ombro normal:
- Fossa glenóide se orienta para cima, para frente e lateralmente.
-
Mecanismo de travamento do ombro: com o MS aduzido, a parte superior da
cápsula e o ligamento glenoumeral estão tensos e impedem o movimento
lateral da cabeça umeral e seu desvio para baixo. Ação realizada pelo
supra-espinhoso;
-
Abdução ou flexão: a cápsula superior fica frouxa, eliminando a
estabilidade, sendo substituída pela contração muscular. Na abdução
dependem exclusivamente do manguito rotador;
- Músculos importantes na subluxação: fibras horizontal à supra e infra espinhoso e deltóide posterior.
• Subluxação do ombro à mudança no ângulo da fossa glenóidea (mais vertical): o úmero escorrega para baixo e para fora.
– Subluxação inferior
– Subluxação anterior
– Subluxação superior
Raio X:
mal alinhamento do ombro na postura sentado. Porém, em abdução
completa, a cabeça do úmero era corretamente localizada na fossa
glenóide
Subluxação inferior do ombro
• Causas:
• Inclinação inferior da escápula à hipotonia. Perda da ação do serrátil anterior e elevador da escápula.
• Ângulo inferior da escápula aduzido
• Borda vertebral da escápula é tracionado para longe das costelasà hipertonia do peitoral menor.
• Além da cápsula frouxa, os músculos supra, infra e deltóide posterior estão fracos
Ombro doloroso
• Precoce ou tardio, hipo ou hipertonia, subluxação ou não.
• Queixa: dor aguda precisa ao final da ADM passiva.
• Causa:
- Ritmo escapuloumeral: AB 90°à 60° gleno-umeral, 30° escápulo-toracica. AB 180° à 120° gleno-umeral e 60° escápulo-toracica;
- Na hemiplegia, na abdução ocorre um retardo na rotação da escápula;
- Ou seja, quando a escápula não se move durante uma abdução, ocorre traumatismo, provocando dor;
- Isso ocorre devido à hipertonia dos músculos da escápula;
- Rotação externa inadequadaà devido à hiepertonia dos RI, durante a abdução há o choque entre tubérculo maior e acrômio;
- Ausência do movimento de deslizamento da cabeça do úmero para baixo na fossa glenóideà hipertonia;
Limitações: Alterações biomecânicas relacionadas à mão
Interação dos movimentos do punho e mão
• Extensão do punho à sinergia com flexores dos dedos
• Flexão do punho à sinergia com extensores dos dedos
Alteração do comprimento dos tendões digitais
Alteração do comprimento dos tendões digitais
Alcance, preensão e manipulação anormais
• Coordenação das multi-articulações à torque de interação.
• Causa:
– Espasticidade à inibição recíproca alterada
– Fraqueza dos antagonistas
Comportamento Motor do Hemiplégico
• Fases de recuperação funcional:
– Fase I à flacidez imediata
– Fase II à início da espasticidade e surgimento das sinergias.
– Fase III à espasticidade atingindo o seu grau máximo.
– Fase IV à espasticidade começa perder a intensidade.
– Fase V à espasticidade esboçada.
– Fase VI à espasticidade ausente e contração muscular isolada.
– Fase VII à restauração completa da função motora
Avaliação do hemiparético
• Teste de Fugl-Meyer à quantitativo.
• Teste de SIAS
• Avaliação de Equilíbrio de Berg
• Avaliação do controle de movimento
• Escala de Ashworth
• Análise descritiva das atividades funcionais
• Retrações musculares
• Escala de medição de dor análoga visual
• Índice de Barthel
Reabilitação durante a fase flácida
• Metas:
– Minimizar os efeitos das anormalidades de tono.
– Manter ADM normal e impedir deformidades.
– Melhorar as funções respiratórias e oromotoras.
– Estimular atividades funcionais
– Promover a conscientização, movimentação ativa e o uso do lado hemiparético.
– Melhorar o controle do tronco e o equilíbrio na posição sentada.
– Iniciar as atividades de cuidados pessoais
1. Posicionamento
2. Mudanças de posições
4. Exercícios no leito:
– Movimentação passiva
– Movimentação auto-passiva
– Auto massageamento
– Ponte
– Rolamento
– Exercícios de tronco
Reabilitação durante fase espástica
• Metas:
– Minimizar os efeitos da espasticidade e promover um equilíbrio dos antagonistas.
– Manter ADM e impedir deformidades.
– Promover o uso funcional e a reintegração do lado parético, e o controle dos movimentos seletivos, afora os sinergismos.
– Melhorar o controle postural e equilíbrio dependente.
– Desenvolver independências
– Melhorar a resistência cardiorrespiratória.
Adequação do tono
• Estimulação Sensorial (Rood):
– Estímulos facilitatórios nos antagonistas ao padrão (inibição recíproca):
• Exteroceptivo: retirada fásica, escovação, uso repetitivo de gelo.
• Proprioceptivo: percussão, alongamento rápido.
– Estímulos inibitórios:
• Imersão com gelo
• Pressão inibidora
• Técnica de contração-relaxamento (inibição autogênica);
• Técnica de contração do agonista (inibição recíproca);
• Técnica de contração-relaxamento-contração (inibição autogênica e recíproca);
• Criomassagem;
• Tala de lona ou inflável;
• Gesso seriado;
• Massagem clássica;
• TENS;
Conceito neuroevolutivo (Bobath)
• Técnicas de facilitação de movimentos ativos:
– Facilitação de sequências de movimentos
– Controle de cabeça
– Apoio de braço e extensão protetora (reação de pára-quedas)
– Reação de balanço
• Pontos chaves de controle
• Técnicas de estimulação tátil e proprioceptiva
– Suporte de peso com ou sem pressão e resistência
– Placing e Holding
– Tapping
• Inibição
• Pressão
• Alternado
• Deslizamento
Controle motor
• Valorização de padrões de movimentos seletivos (sem sinergismos).
• Devem ser enfatizadas combinações motoras que permitem sua independência.
– Controle do tronco e postural:
• Sentado: movimentos do tronco superior, inferior e rotações
• Sentado para em pé
• Em pé
• Utilização de bolas e rolos.
Reações de equilíbrio
• Sentado
• Ajoelhado
• Semi-ajoelhado
• Em pé
• Exercícios na bola suíça
Treino de marcha
• Sem ação dos sinergistas, minimizar a marcha ceifante.
– Transferências de peso
– Inibição da espasticidade
– Dissociação de cinturas
– Equilíbrio
– Diferentes trajetos
– Uso de dispositivos auxiliares.
– Treino com obstáculos
– Treino em diferentes relevos
– Fortalecimento muscular
FES na marcha
• Colocação dos eletrodos: cabeça da fíbula e região supra-patelar
• F= 40 – 50 Hz T=200 ms
• Usar disparador (trigger)
• Disparar na fase de impulso até apoio do calcâneo
Uso da esteira rolante
• Marcha simétrica
• Descarga de peso
• Dissociação de cinturas
• Suporte parcial de peso
Tratamento para subluxação do ombro
• Mobilização escapular
• FES:
– Colocação do eletrodo: supra-espinhoso e deltóide posterior.
– F= 50Hz e T=200.
• Fortalecimento muscular
Efeito do fortalecimento muscular no hemiparético
• Treinamento de alongamento e fortalecimento.
• Melhora das atividades funcionais, velocidade da marcha, força muscular.
• Sem aumento do tono muscular.
• Aumenta o recrutamento de unidades motoras
• Capacidade de gerar força
• Diminui rigidez muscular e timing na geração de força
• Preserva extensibilidade funcional dos músculos.
• Promoção de aprendizado motor
Treinamento para Apraxia
• Uso de vídeo
• Inversão de papéis
• Uso de espelhos
• Auto-questionamento
• Exercícios simples
Considerações finais
• Avaliação minuciosa
• Escolha do melhor tratamento
• Minimizar respostas automáticas
• Relação interdisciplinar
Tratamento do paciente hemiplégico
- Este material não significa o atendimento para todos os indivíduos hemiplégicos.
- É baseado no conceito Bobath, FNP, Rood, Exercícios na Bola Suíça e
Exercícios terapêuticos
- Avaliação;
- Identificação de limitação funcional, deficiências;
- Metas a curto e longo prazo;
- Plano de tratamento:
1. Posicionamento no leito
2. Transferências
Limitações Funcionais: Objetivos e Tratamentos
Limitação funcional: a paciente não rola de supino para lateral ou prono.
Deficiência: fraqueza dos oblíquos, hipertonia dos rotadores internos, fraqueza de rotadores externos e internos do quadril.
Objetivo: estimular o rolar
Tratamento:
- Fortalecimento
dos oblíquos: solicitar a paciente a realizar o exercício de pêndulo
com os MMII. Para maior eficácia, faquir com o terapeuta na frente e
segurando na cintura pélvica da paciente. Dar estímulos para paciente
com brinquedos fazendo-a encostar no objeto e voltar (pode utilizar
desde bolas, bonecos...)
- Hipertonia dos rotadores internos: alongamento dos rotadores internos com a
técnica
de contração relaxamento, e a facilitação do movimento de rotação
durante o rolar. Pode utilizar a bandagem funcional e RE do quadril.
- Fortalecimento dos rotadores internos: desde diagonais de FNP que contenha RI até o próprio exercício de rolar.
- Rolando:
1) exercício de ponte ou tentáculo para auxiliar o rolar do tronco inferior em MI;
2) Dissociar a cintura escapular passivamente ou auto-assistida com as mãos entrelaçadas;
3) solicitar a paciente a rolar com ponto-chave de quadril para facilitar a RI;
4) padrões de escápula e pelve.
1) exercício de ponte ou tentáculo para auxiliar o rolar do tronco inferior em MI;
2) Dissociar a cintura escapular passivamente ou auto-assistida com as mãos entrelaçadas;
3) solicitar a paciente a rolar com ponto-chave de quadril para facilitar a RI;
4) padrões de escápula e pelve.
Limitação funcional: a paciente na realiza a transição de supino para sentado
Deficiência: fraqueza abdominal
Objetivo: estimular a transição de supino para sentado
Tratamento:
- Faquir, balança, ula-ula. Terapeuta na frente da paciente segurada pela cintura pélvica.
Limitação funcional: a paciente não senta sem apoio ou apresenta assimetria nesta postura
Deficiência: déficit
proprioceptivo e de equilíbrio, fraqueza de extensores de tronco,
alteração do tono muscular (desde hipo, hiper e flutuações de tono)
Objetivo: estimular ou melhorar a posição sentada sem apoio
Tratamento:
- Iniciando
o tratamento: observar se há a necessidade de apoio dos MMII. Lembre-se
se não houver apoio dos MMII, há maior independência da paciente nesta
posição.
- Déficit proprioceptivo: quicar na bola (cowboy).
- Utilizando
rolo ou bola (pode ser a coxa do terapeuta): descarga de peso
láterolateral, rotação de tronco, Antero-posterior (atividades com
bolas, brinquedos nas laterais da paciente).
- Flexão e extensão seletivas do tronco inferior:
- Rotação com flexão do tronco
- Rotação do tronco com descarga de peso
- Mobilização passiva da coluna lombar
- Reações de equilíbrio
Sentado
Mover-se para suporte lateral do antebraço
- Transferência lateral
- Sentado com as pernas cruzadas
- Estimulação das reações da cabeça e do tronco através da rotação de ambos os joelhos fletidos
Limitação funcional: a paciente não realiza as preensões voluntárias palmar
Deficiência: hipertonia
dos flexores de punho e dedos, fraqueza de extensores de punho e dedos,
oponentes e interósseos e lumbricais e coordenação.
Objetivo: estimular ou melhorar as preensões palmares voluntárias.
Tratamento:
Placing
Tratamento fisioterapêutico
- Pode ser feita em qualquer postura.
- Hipertonia: alongamento muscular através do manuseio, bandagem funcional em abdutor do polegar anclagem
na falange proximal do polegar e punho, realizar tração com até três
esparadrapos do polegar ao punho e depois reforçar a anclagem.
Sempre encaminhar para a confecção e utilização de órtese.
- Fraqueza: utilização da FES em extensores de punho, estimulação sensorial
(retirada fásica, escovação...) associado a objetos como copos, bolas, peças
pequenas.
- Orientação:
utilizar pequenos objetos como feijões, ou pequenos brinquedos. Fazer a
paciente pegar o máximo desses pequenos objetos para trabalhar os
interósseos e depois soltar.
- FNP: estimular a extensão dos dedos: padrão flexor da primitiva, padrão extensor da funcional.
- Padrão de Inibição Recíproca:
- Tapping de deslizamento
- Prendendo e soltando um bastão
- Williams: inibição do padrão flexor do MS e extensor do MI
- Inibindo a espasticidade da escápula
- Alongamento de Membros Superiores seguido de Diferentes Formas para transferência de Peso
Alongamento do MS hemiparético utilizando padrão em diagonal.
Transferência
de peso para o MS parético associada à rotação de tronco e à flexão
lateral de tronco. Em ambas às figuras, o peso é deslocado para todo o
Hemicorpo Parético Descarga de peso na parede associada à flexão de
gleno umeral, extensão de cotovelo, punho e dedos; padrão oposto ao
adotado pelo paciente com seqüelas de AVC.
Transferência
de peso com paciente sentado e terapeuta estabilizando a articulação do
cotovelo. Novamente o peso é transferido para o hemicorpo parético.
Associação da descarga de peso em cotovelo com a rotação de tronco e dissociação de cinturas.
Utilização
de bola para realização da descarga de peso com objetivo de
propriocepção. A utilização da bola (superfície instável) também
favorece os ajustes posturais e o equilíbrio dinâmico.
Estimulação sensorial para extensores de cotovelo, punho e dedos
1. Exteroceptiva: retirada fásica, escovação, uso repetido de gelo.
2. Proprioceptiva: percussão, alongamento rápidoPlacing
Auto mobilização
Flexão seletiva do cotovelo com supinação
Bola suíça
Escápula
Mobilização passiva da escápula
Reestabelecendo a protração ativa da escápula com ativação dos
músculos oblíquos abdominais
Tapping na cabeça do úmero
Atividades Ativas de Membros Superiores
Deslizando a bola apoiada na parede para ativação da musculatura flexora e extensora de ombro e cotovelo.
Limitação funcional: a paciente não permanece em pé ou tem dificuldade nesta posição.
Deficiência: equilíbrio, propriocepção, alteração do tono, fraqueza de extensores do quadril e tronco.
Objetivo: estimular a postura em pé.
Tratamento:
Alteração de tono: utilização dos manuseios. A paciente não poderá ter nenhuma compensação.
Fortalecimento
de extensores de quadril: Paciente em prono na bola, estimular como o
peixinho, FES nos glúteos máximo com a paciente em pé. FNP padrões
extensores
Fortalecimento de extensores de tronco: testa de ferro
Equilíbrio e propriocepção: superfícies irregulares, como a prancha de equilíbrio, cama elástica, sit fit...
Caso
a paciente não conseguir permanecer em pé: Stand-in-table, prancha
ortostática (em casos que não haja controle de tronco suficiente).
Transferência lateral
Prancha de equilíbrio
Fortalecimento: FNP com padrão flexor de MI, utilização da FES durante a marcha.
Fazendo ponte
Descarga de peso
Dando passos para trás com a perna hemiparética
Ataxias
Definição: Ataxia é um termo geral que significa uma decomposição de movimentos.
Tipos
w Sensitiva
w Cerebelar
w Vestibular
1. Ataxia Sensitiva
w Input proprioceptivo aferente interrompido.
w Sinal de Romberg positivo
w Dismetria, decomposição dos movimentos e disdiadococinesia.
w Tabes dorsalis e a degeneração subaguda combinada da medula, polineuropatia.
w Marcha Atáxica/Talonante: visão.
2. Ataxia Cerebelar
w Estática e dinâmica.
w Estática:
– comprometimento no paleocerebelo
– Ataxia axial ou de tronco
– Em posição vertical, o paciente oscila e tende a aumentar a base de sustentação para evitar a queda
– Marcha ebriosa.
w Dinâmico:
– comprometimento do neocerebelo.
– tremor cinético
– Dismetria à atividade agonista é reduzida em magnitude e prolongada no tempo
– Disdiadococinesia à incapacidade de cessar a atividade do músculo antagonista,
– Decomposição de movimentos
– disartria e o nistagmo.
w Incapacidade na interação entre os torques
w Reação antecipatória alterada
w Patologias: esclerose em placas, nos tumores do cerebelo, nas degenerações espinocerebelares.
w Romberg positivo.
w Lesão unilateral: desvio para o lado acometido.
w Hipotonia transitória, fadiga.
w Atrofia cerebelar: déficit no aprendizado
3. Ataxia Vestibular
w Distúrbios
vestibulares periféricos ou centrais que afetam o núcleo vestibular
e/ou suas conexões aferentes/eferentes como acidente vascular medular.
w Sistema vestibular à reações posturais e na estabilidade da cabeça, ajudando sentir a orientação do corpo na vertical.
w Distúrbios de equilíbrio em pé e sentado.
w Marcha estrela.
w Pode inclinar-se para trás ou para o lado da lesão.
w Vertigem, visão embaçada e nistagmo.
w Uso de pesos para tremor, resistências manuais, estabilizações rítmicas, equoterapia e bola suíça.
w “expor
o paciente a posições cada vez mais instáveis do corpo, a fim de
facilitar a redistribuição e o recrutamento das capacidades de controle.
As ajudas na postura e na marcha aliviam só momentaneamente os
problemas de equilíbrio do paciente, mas quando usados continuamente
irão piorar os sintomas” (Brandt et al., 1981).
Exercícios de Frenkel
w Desenvolvidos em 1889 para o tratamento dos pacientes com ataxia.
w Exercícios de extrema simplicidade: substituição da perda da sensibilidade através do uso da visão e da audição.
w Exigem um grau elevado de concentração mental, controle visual dos movimentos e também, várias repetições
Recomendações para a realização dos exercícios
a) Os exercícios para a coordenação e não para o fortalecimento muscular.
b) Os exercícios comandados e contados em voz alta, em tom constante e lento ou ao ritmo de uma música.
c) Os exercícios devem ser feitos dentro do alcance normal dos movimentos.
d) Primeiro os exercícios mais simples depois prosseguir para os mais difíceis
Exercícios em decúbito dorsal
1. Flexão completa da articulação coxo-femural e do joelho, mantendo o pé apoiado sobre uma base e voltar à PI.
2. Flexão total do quadril e do joelho, fará também a abdução e adução da perna flexionada. Voltar à posição inicial.
3. Fazer abdução e adução da articulação coxo-femural com os joelhos estendidos.
4. Tocar o meio da tíbia com o calcanhar. Voltar à posição inicial.
5. Tocar o joelho com o calcanhar e ir deslizando até chegar ao tornozelo. Voltar à posição inicial.
6. O
fisioterapeuta toca vários pontos da perna do paciente, alternadamente.
Ele deve acompanhar tocando os mesmos locais com o calcanhar da outra
perna.
7. Uma perna faz flexão do joelho e coxo-femural, a outra irá fazer a abdução da articulação coxo-femural, com o joelho em extensão. No movimento de volta, enquanto a perna flexionada faz a extensão, a outra estendida irá fazer a adução.
Exercícios em posição sentada
1. O paciente deve levantar o joelho e tocar o calcanhar em uma barra.
2. O paciente irá fazer abdução e adução da articulação coxo-femural.
3. O paciente deve arrastar o pé sobre uma marca de cruz feita no chão
4. O paciente deve tocar com a ponta do pé alguns pontos marcados no chão.
5. Treino para levantar da cadeira:
– a) O paciente dobra os joelhos e puxa os pés para baixo da cadeira.
– b) Inclinar o tronco para frente.
– c) O paciente levanta-se, endireitando os quadris, estendendo os joelhos e o tronco.
Exercícios em pé
1. Andar de lado, com passos pequenos, depois médios e finalmente, largos passos.
2. Andar para frente.
3. Andar para trás.
4. Marcha nos calcanhares.
5. Andar sobre marcas feitas no chão.
6. Dar voltas: o paciente dá voltas sobre seu próprio eixo, ou realiza a marcha em ziguezague.
7. Subir e descer escadas. Colocar o pé direito em um degrau e depois, o esquerdo, no mesmo degrau
Parkinsonismo
• O
termo parkinsonismo refere-se a um grupo de doenças que apresentam em
comum os mesmos sintomas, associados ou não a outras manifestações
neurológicas.
• A
DP é também chamada de parkinsonismo primário ou idiopático porque é
uma doença para a qual nenhuma causa conhecida foi identificada. Cerca
de 2/3 de todas as formas de parkinsonismo correspondem à forma primária
• Parkinsonismo secundário quando uma causa pode ser identificada ou quando está associada a outras doenças degenerativas.
• Os fatores que podem desencadear a síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo, são:
a)
Uso exagerado e contínuo de medicamentos. Um exemplo : cinarizina, pode
bloquear o receptor que permite a eficácia da dopamina.
b) Trauma craniano repetitivo.
c) Isquemia cerebral.
d) Freqüentar ambientes tóxicos: manganês, de derivados de petróleo e de inseticidas.
Introdução:
• Patologias que afetam os núcleos da base
• Essas patologias apresentam alterações que envolvem:
– Alterações no tono muscular
– Diminuição na coordenação dos movimentos
– Presença de movimentos involuntários.
Relações dos núcleos da base com movimento e postura
• Movimento automático:
– Lesão no caudado à “o animal corre pra frente como se estivesse sob um impulso irresistível. (Magendie)
– Lesão no globo pálido à torção da coluna com a convexidade para o lado da lesão. (Nothnagel)
– Lesões na substância negra à produz imobilidade.
– Estimulação elétrica no Núcleo caudado à
não produz movimentos dos músculos como fazia na estimulação do córtex
motor. Porém, padrões e posturas corporais totais eram evocados.
– Portanto, os núcleos da base estão envolvidos na iniciação dos movimentos e programação postural e de movimentos.
• Problemas motores em animais:
– Lesão na substância negra à pobreza nos movimentos e posturas fixas. (Stern)
– Lesões amplas nos núcleos da base à macacos assumiam posturas de cambalhota
– Congelamento no putâmen e globo pálidoà movimentos lentos e posturas fletidas. EMG: aumento da co-contração de agonistas e antagonistas.
DOENÇA DE PARKINSON
Definição e Incidência
• A
doença de Parkinson (DP) é uma doença neurológica progressiva
caracterizada por bradicinesia, tremor de repouso, rigidez e
instabilidade postura.
• A prevalência 100 a 200 : 100.000, cometendo preferencialmente o sexo masculino a partir da sexta década de vida.
Diagnóstico
• Baseado em critérios essencialmente clínicos.
• O
diagnóstico definitivo só é possível com o estudo anátomo-patológico
que mostra degeneração preferencial dos neurônios dopaminérgicos da
parte compacta da substância negra mesencefálica associada a inclusões
citoplasmáticas eosinofílicas de agregados protéicos, denominados corpos
de Lewy.
Sinais iniciais
• sensação de cansaço ou mal-estar no fim do dia
• caligrafia menos legível ou com tamanho diminuído
• fala monótona e menos articulada
• depressão ou isolamento sem motivo aparente
• lapsos de memória, dificuldade de concentração e irritabilidade
• dores musculares, principalmente na região lombar.
• um dos braços ou uma perna movimenta-se menos do que a do outro lado
• a expressão facial perde a espontaneidade, diminui a freqüência dos piscamentos
• os movimentos tornam-se mais vagarosos, a pessoa permanece por mais tempo em uma mesma posição
Sinais Clínicos
• Tremor: via reflexa de alça longa hiperativa, ativada no núcleo ventrolateral (VL) do tálamo influenciada pela via aferente IA.
• Rigidez: hipertonia plásticaà controle anormal de interneurônios; hiperatividade nas vias reflexas de alça longa.
• Acinesia:
bradicinesia, hipocinesia, fadiga rápida em movimentos repetitivos,
dificuldade em realizar movimentos simultâneos e seqüenciais.
• Fenômeno de congelamento: dificuldade em iniciar o movimento
• Tempo de reação e tempo de movimento
• Marcha:
lentidão, dificuldade em iniciar, passos curtos e arrastada (marche à
petit pas), comprimento de passos desiguais, postura fletida, diminuição
do balanceio dos MMSS à fenômeno de festinação
• Ajustes posturais à maior incidência de quedas
• Função respiratória: postura flexora
• Função oro-motora: disfonia, rouquidão, diminuição no volume da voz e disfagia.
• Déficits cognitivos e comportamentais: demência, perturbações do humor (depressão), déficits de memória, habilidade conceitual
• Levodopa: períodos On e Off e discinesias.
Problemas e complicações secundárias:
– Atrofia e fraqueza muscular por desuso
– Alterações respiratórias à ¯ da expansibilidade torácica devido a rigidez dos intercostais e da postura flexora.
– Alterações nutricionais à ¯ do peso
– Osteoporose
– Alterações circulatórias
– Contratura e deformidade
– Úlceras de decúbito
Escala de Hoenh e Yahr Modificada
• Estágio 0 – nenhum sinal da doença
• Estágio 1 – Doença unilateral
• Estágio 1,5 – envolvimento unilateral e axial
• Estágio 2 – doença bilateral sem déficit de equilíbrio
• Estágio 2,5 – doença bilateral leve com recuperação no teste de empurrão
• Estágio 3 – doença bilateral leve a moderada; alguma instabilidade postural; capacidade para viver independentemente
• Estágio 4 – incapacidade grave, ainda capaz de caminhar ou permanecer de pé sem ajuda
• Estágio 5 – confinado à cama ou cadeira de rodas a não ser que receba ajuda
Avaliação
• UPDRS (42 itens):
– Estado mental
– AVD’s
– Exame motor
– Complicações da terapia
Tratamento medicamentoso
Selegilina,
inibidor da monoamino oxidase-B (MAO-B), e o tocoferol (vitamina E)
isoladamente ou em combinação retardarem a progressão.
Os
anticolinérgicos, como o biperideno e o trihexifenidil, têm efeito
sobre o tremor parkinsoniano e leve ação sobre a rigidez e a
bradicinesia
• Efeitos colaterais: cognitivas, constipação e retenção urinária
Tratamento medicamentoso: Levodopa
• A
administração conjunta de um inibidor da dopadescarboxilase, carbidopa
ou benserazida, com a levodopa atenua efeitos colaterais e aumenta
disponibilidade da droga para ação central.
• No SNC, a levodopa seria captada pelos neurônios dopaminérgicos remanescentes e convertida a dopamina.
• Tendem a desenvolver com o tempo uma série de complicações motoras, como as flutuações e as discinesias
• As flutuações consistem no fato de que, ao longo do dia, há momentos em que a levodopa funciona (período on) e outros em que seu efeito desaparece (período off)
Tratamento cirúrgico
• Talamotomia ventrolateral
– Indicação: supressão de tremor, com excelentes resultados em curto e longo prazo em 80% a 90% .
– Complicações: óbito por hemorragia intraparenquimatosa 9% a 23%
• Palidotomia
– Indicações:
melhora os sintomas de DP, incluindo rigidez, bradicinesia e
anormalidades da marcha, bem como as complicações de longo prazo do
tratamento com L-DOPA
– Complicação: escotoma no campo visual central inferior contralateral
• Estimulação cerebral profunda (DBS):
• DBS palidal, DBS subtalâmica e DBS talâmica
– Vantagens: reversibilidade e a ajustabilidade
– Complicações: aumento do risco de infecção
Tratamento Reabilitativo
• Metas a longo prazo:
– Retardar ou minimizar a progressão e efeitos dos sintomas da doença.
– Impedir o desenvolvimento de complicações e deformidades secundárias.
– Manter ao máximo as capacidades funcionais do paciente.
• Metas a curto prazo:
– Manter ou aumentar ADM.
– Impedir contraturas e corrigir posturas defeituosas.
– Impedir a atrofia por desuso e a fraqueza muscular.
– Promover e incrementar o funcionamento motor e a mobilidade.
– Incrementar o padrão de marcha.
– Melhorar os padrões de respiração.
– Manter ou aumentar a independência funcional nas AVD’s.
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