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domingo, 30 de março de 2014

Ventilação Mecânica Não Invasiva Na Lesão Pulmonar Aguda


O sucesso dessas técnicas depende ainda de uma boa adaptação do paciente
O sucesso dessas técnicas depende ainda de uma boa adaptação do paciente
A lesão pulmonar aguda (LPA) tem a mesma definição da Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA), exceto pelo grau menos acentuado de hipoxemia presente, sendo a PaO2/FiO2 = 300 e PaO2/FiO2 = 200, respectivamente. Seria uma forma menos grave da SARA.

Conceitua-se como uma resposta aguda grave de insuficiência respiratória a diversas formas de agressão aos pulmões, que conduz ao aumento da permeabilidade dos capilares pulmonares, o que leva a inflamação difusa da membrana alvéolo capilar e consequentemente Edema Pulmonar, concomitante uma desregulação da relação V/Q (ventilação/perfusão).

Pelo processo inflamatório ocorrerá um acúmulo de líquido, levando à diminuição da quantidade e à alteração na funcionalidade do surfactante, ocorrendo atelectasia (colabamento dos alvéolos) e redução da complacência pulmonar, dessa forma, o paciente inicialmente apresentará uma alcalose respiratória, podendo evoluir para uma acidose respiratória, resultando em hipóxia grave.

A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) surge como alternativa de assistência ventilatória por pressão positiva aplicada à via aérea através de máscaras, sendo uma opção otimizadora, evitando a intubação orotraqueal, proporcionando a manutenção fisiológica da fonação, expectoração,deglutição,maior conforto ao paciente, entre outras vantagens.

Na LPA, a VMNI, Pressão Positiva ao final da Expiração (PEEP),é indicada para que haja minimização do potencial de lesão pulmonar pela toxicidade por oxigênio, evitar o colapso pulmonar no final da expiração e diminuição da frequência respiratória.

Elevar a pressão expiratória final, mantém as unidades alveolares abertas para facilitarem a troca gasosa e a relação V/Q, resultando no aumento da PaO2. Há, também, as manobras de recrutamento alveolar, com o uso de CPAP ou pressões inspiratórias elevadas, seguidas de elevação da PEEP, ou o uso da posição prona, levam a eficácia da sustentação da oxigenação arterial.

Alguns estudos relatam apenas melhora momentânea na utilização desse tipo de VMNI, por outro lado, outros evidenciam a realização da manobra de recrutamento alveolar associada a manobras para melhorar a instabilidade alveolar,como por exemplo o uso de uma PEEP mais elevada, mantendo o efeito do recrutamento.

O BIPAP (Bilevel positive airway pressure) diferente do CPAP, possui duas pressões ajustáveis, Pressão Inspiratória Positiva Constante (IPAP) e Pressão Expiratória Positiva Constante (EPAP), na sua utilização, além de alterar pelo EPAP os níveis de capacidade residual funcional, é possível alterar o volume corrente e consequentemente o volume minuto e os níveis de CO2.

A oxigenoterapia é recomendada para manter a SaO2 = 90%, com o cuidado de manter a FiO2 (fração inspirada de oxigênio) abaixo de 60%, porque valores altos podem acarretar toxicidade por oxigênio. Já a posição PRONA é recomendada a pacientes que necessitem de altos valores de PEEP e FiO2 para manter uma adequada SaO2, que é o caso da LPA, sendo contraindicado à pacientes que seja de alto risco para consequências adversas da mudança postural.

O efeito da posição PRONA nos pacientes com LPA respondem com melhora na oxigenação, que pode persistir ao retornar à posição supina. O sucesso dessas técnicas depende ainda de uma boa adaptação do paciente e principalmente de uma equipe habilitada para a utilização das mesmas.

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