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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

PESQUISADORES DE PORTUGUAL INOVAM NO SISTEMA DE BIOFEEDBACK PARA FISIOTERAPIA DO OMBRO



O desenvolvimento pode vir a dar origem a um novo sistema que dará maior capacidade à intervenção fisioterapêutica
Na Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) o ensino e a investigação encontram-se ligados. O Laboratório de Análise de Movimento Humano tem vindo a servir de base a alguns dos projetos que demonstram o carácter inovador do ensino nas licenciaturas e mestrados da Escola Superior de Saúde.

Um dos projetos de investigação envolve o desenvolvimento de sistemas de biofeedback em tempo real, orientados para a fisioterapia do ombro.

Ricardo Matias, Professor Adjunto envolvido na investigação explica: "Estamos a realizar um projeto que visa o desenvolvimento de sistemas de biofeedback em tempo real que sejam cinemáticos ou eletromiográficos que tem como principal objetivo contribuir para aumento da efetividade da intervenção do fisioterapeuta na sua prática diária".

O sistema em desenvolvimento está direcionado para algumas patologias do ombro, como disfunções maioritariamente mecânicas associadas ao movimento como as instabilidades glenoumerais, os conflitos acromiais, em que os utentes numa amplitude dos 90 graus têm queixas dolorosas associadas a esse movimento.

Para que o paciente e o profissional possuam a informação adequada à ação terapêutica, são vários os dados recolhidos.

"Recolhemos informação do tórax, da escápula e do ombro", explica o professor e acrescenta:"...após, reconstruímos esse movimento tridimensionalmente, processamos com um determinado objetivo e devolvemos essa informação através de tempo real segundo um conjunto de parâmetros que vão ao encontro do objetivo do clínico e da intervenção".

"...do ponto de vista dos sistemas de biofeedback em tempo real eletromiográficos, recolhemos a atividade dos músculos associados ao complexo articular do ombro", explica.

Assim, para o sistema de biofeedback em tempo real e eletromiográfico é recolhida informação sobre a atividade dos músculos associados ao complexo articular do ombro, sendo que a posição e a orientação tridimensional de cada um destes segmentos ósseos e a atividade elétrica de todos os músculos é que compõem o complexo articular do ombro.

Este é um projeto que envolve investigação e desenvolvimento de equipamento e software. "Estamos a partir de hardware e software que já existem no mercado e com duas empresas, uma nacional e uma internacional. A partir do que eles têm estamos a evoluir ambos os sistemas de software e hardware, no sentido de os tornar mais próximos do clínico, mais intuitivo e mais útil para o profissional e para o paciente", afirma Ricardo Matias.

Os investigadores pretendem recursos mais completos e precisos na avaliação dos movimentos do ombro.

«O clínico pode usar este tipo de sistemas, tanto o biofeedback em tempo real cinemático como electromiográfico, para melhor descrever e avaliar todos os padrões de movimento dos seus utentes, para conseguir aliar à prescrição da sua intervenção uma informação em tempo real daquilo que está a acontecer e para devolver informação ao próprio utente, que até agora não é capaz de desenvolver pela incapacidade de descriminar ao mesmo tempo tanta informação», refere o investigador.

Para além da investigação fazer parte da própria preparação dos estudantes, o projeto tem parceiros empresarias. «Temos um parceiro nacional, a empresa Plux, que desenvolve sistemas de biofeedback em tempo real para fisioterapia e uma empresa americana que está sediada em Chicago, a InSport, com a qual começámos a trabalhar este ano», explica.

O trabalho de investigação conduziu já a comunicações em diversos congressos da especialidade, mas o objetivo é um produto comercializável «e no fim deste processo chegaremos aos produtos», afirma Ricardo Matias e acrescenta que «o objetivo será então a patente e depois a comercialização e perceber como é que a Escola e o grupo de investigação se encaixam nessa comercialização».

Este é um projeto que liga ensino e investigação ao desenvolvimento e à inovação. Uma prática na Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Setúbal.

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