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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

INCOR VAI TESTAR PRIMEIRO CORAÇÃO ARTIFICIAL INFANTIL EM 2014



Médicos do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) estão muito próximos de conseguir implantar o primeiro coração artificial infantil.
Produzido inteiramente no Brasil, o dispositivo irá ajudar a prolongar o tempo de vida das crianças que estão esperando um coração para, enfim, serem submetidas a um  transplante cardíaco.

Segundo o cardiologista Marcelo Jatene, diretor da unidade de cirurgia cardíaca pediátrica do Incor, ao longo dos dez anos de desenvolvimento, o aparelho já foi submetido a inúmeros testes — os últimos feitos em animais. Agora, com o término dessa etapa, os especialistas aguardam o comitê de ética do hospital conceder autorização para uso clínico. “A expectativa é começar a usar no começo do próximo ano (2014). Não será em larga escala, somente em casos específicos em que o paciente está na fila do transplante correndo risco de morte e longe de ser transplantado. Além disso, as famílias vão ter que expressar se autorizam ou não”.

A “bombinha”, nome pelo qual os médicos se referem ao dispositivo, não servirá como substituta de um coração de verdade, e sim como medida paliativa para prolongar a vida do paciente enquanto ele aguarda o transplante, desempenhando a função básica que o coração doente, enfraquecido e debilitado, não consegue mais fazer: bombear sangue para irrigar todos os órgãos e tecidos do corpo.

A durabilidade do coração artificial é de quatro meses, muito maior que a de outros dispositivos semelhantes, como as centrífugas, que duram apenas dias. Segundo Jatene, o aparelho vai ficar fora do corpo do indivíduo, conectado por tubos que são ligados aos ventrículos do coração do paciente. Toda aparelhagem é acoplada a um console, que funciona como um motor comandando ritmo, frequência e força de propulsão.

Quando autorizarem o uso clínico da bombinha, 14 pacientes de um a 20 anos que estão na fila dos transplantes do Incor terão um alívio enquanto esperam por um doador. “Além de ser motivo de muito orgulho, vislumbramos a possibilidade de que o coração artificial seja mais acessível à maioria da população, porque os importados são caríssimos, custam de R$ 100 mil a R$ 300 mil. A maior parte das famílias não tem condições de pagar e o próprio SUS ainda não cobre despesas do gênero. Imaginamos que será possível oferecer uma tecnologia mais barata pelo fato de ser 100% nacional”, afirma Jatene.

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