Sua incidência varia de 20 a 30 casos por 100 mil pessoas, homens e mulheres são igualmente afetados.

De acordo com a fisioterapeuta Nilvânia Pereira, essa doença causa a paralisia de um conjunto de músculos, os quais são responsáveis pela mímica facial, podendo acarretar grandes deformidades fisionômicas que levam a incapacidades físicas, psicológicas e sociais. “A pálpebra inferior fica caída, ocorre inchaço facial, dificuldade de fechar completamente os olhos, mas, claramente, os sintomas variam de acordo com a localização e a gravidade da lesão do nervo facial. A paralisia facial periférica pode causar também outros sintomas, como: os sulcos da testa ficam menos pronunciados do lado paralisado, o globo ocular se levanta ao tentar fechar a pálpebra (sinal de Bell), os cílios do lado afetado ficam mais evidentes do que o lado sadio quando os olhos tentam se fechar, a fenda da pálpebra aumenta, há uma ausência do sulco nasomentoniano e queda da comissura labial”, explica.
A boca e a língua são desviadas para o lado sadio, quase impossibilitando de conter líquidos, assobiar, soprar ou sorrir. Distúrbios da gustação, salivação, lacrimejamento, entre outros, podem estar associados. Sua incidência varia de 20 a 30 casos por 100 mil pessoas, homens e mulheres são igualmente afetados. “Importante salientar que, entre 2009 e 2013, tive 21 casos de atendimento no consultório”, destaca.
Outros fisioterapeutas também relatam o alto índice de pacientes com este tipo de paralisia que procuram atendimento. “O tratamento da paralisia facial periférica deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros”, acrescenta Nilvânia.
Os recursos e técnicas fisioterapêuticas exercem um papel fundamental na recuperação ou minimização destas complicações, porém, a recuperação da função do nervo facial depende da etiologia, idade do paciente, comprometimento neuromuscular, tipo de lesão, nutrição do nervo e tratamento instituído. “O objetivo principal da fisioterapia é restabelecer o trofismo, a força e a função muscular através de recursos como a cinesioterapia, feedback visual, crioterapia, facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), eletrotermoterapia e massagens”, salienta.
Nilvânia informa que há várias técnicas que são empregadas no tratamento da paralisia, obtendo-se bons resultados, são elas:
- Cinesioterapia: na cinesioterapia, os exercícios de mímica facial e retreinamento facial devem ser realizados com auxílio de feedback visual. Utilizando um espelho, o paciente tem uma melhor conscientização visual e permite a correção dos erros e uma maior eficácia do controle voluntário da musculatura facial. Exemplo: exercício de mímica facial para unir as sombrancelhas;
- Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP): a FNP utilizada em pacientes com paralisia facial periférica visa promover e acelerar as respostas neuromusculares através da estimulação proprioceptiva. Os movimentos devem ser realizados bilateralmente devido à simetria facial e por meio de reflexos de estiramento. O movimento deve ser realizado em frente ao espelho para um melhor controle do paciente.
- Eletroterapia: nesta modalidade de tratamento, deve-se levar em consideração a escolha de uma corrente adequada, o tempo de pulso e intensidade da corrente de acordo com a sensibilidade do paciente. Além disso, deve ser realizado eletrodiagnóstico prévio para se diminuir os possíveis efeitos colaterais como a contratura muscular.
- Termoterapia: o calor é utilizado com o objetivo de promover o relaxamento da musculatura na fase de hipertonia da paralisia facial, pois promove aumento da circulação sanguínea no local, maior extensibilidade dos tecidos moles e diminui a resistência dérmica. A termoterapia por calor pode ser aplicada superficialmente através de compressas quentes, infravermelho ou por calor profundo através de ondas curtas, ultrassom .
- Crioterapia: a crioterapia provoca uma vasoconstrição reflexa, causando relaxamento e analgesia. Deve ser aplicada de forma rápida e breve sobre o dermátomo do músculo a ser trabalhado para facilitar a atividade muscular. Esta técnica tem também como objetivo estimular os pontos motores, obtendo contração muscular na fase flácida da paralisia.
- Massoterapia: a massagem é uma técnica utilizada com o objetivo de diminuir o edema e para melhorar o tônus da musculatura e aumentar a circulação sanguínea. Deve ser feita nas duas hemifaces, com manobras de deslizamento superficial e profundo, de modo correto para não desencadear reações reflexas e piora das retrações musculares. A pompagem (outra técnica de massagem), atua nas fáscias musculares, promovendo uma amplitude dos movimentos e uma analgesia na tensão dos bloqueios faciais.
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