Entre as décadas de 1960 a 1980, a obtenção do GH ocorria por meio de hipófises de cadáveres, fato que limitava muito o seu uso. Todavia, o desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante permitiu a introdução do gene do hormônio do crescimento humano em bactérias com objetivo de que elas produzissem esse hormônio, o que possibilitou a utilização do GH em uma série de situações clínicas.
Este hormônio apresenta diversas funções, sendo fundamental para o crescimento de uma pessoa, desde os primeiros anos de vida até que ocorra o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos (epífise), processo que ocorre entre os 15 aos 20 anos de idade. Além disso, apresenta as seguintes funções:
- Aumento da síntese protéica (especialmente nos músculos e ossos): ocorre porque o GH aumenta o transporte de aminoácidos através da membrana celular, aumenta a produção de RNA e aumenta os ribossomos intracelulares. Conseqüentemente, haverá melhores condições para que as células sintetizem mais proteínas.
- Aumento da utilização de gordura por parte das células para gerarem energia, além de uma maior demanda de ácidos graxos dos tecidos adiposos para que estes sejam utilizados pelas células;
- Reduz o consumo de glicose hepática (efeito oposto da insulina);
- Retenção de sódio e eletrólitos;
- Aumento da absorção intestinal e eliminação renal de cálcio.
O GH é liberado na corrente sanguínea pelas células somatotrópicas encontradas na hipófise anterior. Esta glândula produz diferentes hormônios, mas o GH é sintetizado em maior quantidade em relação aos outros. O fator de transcrição PIT-1 leva ao desenvolvimento dessas células, e também, a sua produção do GH. Caso ocorra algum problema no desenvolvimento dessas células, assim como a destruição da hipófise anterior, resultará na deficiência de GH.
Os principais controladores da secreção de GH por parte dos somatótropos são os peptídeos liberados pelos núcleos neurossecretores do hipotálamo à veia porta hipotalâmica. A grelina juntamente com o hormônio da liberação do hormônio do crescimento (GHRH) é responsável pela promoção da secreção do GH, já a somatostatina é responsável por inibi-la.
Esse equilíbrio entre os peptídeos estimuladores e inibidores pode ser afetado por diversos fatores. Dentre os fatores estimulantes encontram-se o sono, o exercício físico, a hipoglicemia, as proteínas ingeridas na dieta e o estradiol. Já dentre os fatores inibidores da liberação do GH encontram-se os carboidratos provenientes da dieta e os glicocorticóides.
A quantidade e o padrão de liberação do GH variam ao longo da vida de um indivíduo. O pico dos níveis basais encontra-se durante a infância. A amplitude e a freqüência de picos são máximos durante o estirão pubertário.
O tratamento de reposição hormonal com GH é feito apenas com hormônio sintético. É indicado nos casos de:
- Hipopituitarismo;
- Síndrome de Turner;
- Insuficiência renal crônica;
- Doenças genéticas onde ocorrem defeitos de formação óssea.
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