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sábado, 3 de dezembro de 2011

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO





• Polígono de Willis


Amaurose Fugaz
Hemiparesia
Hipoestesia

• Sistema Vértebro-Basilar


Alteração de NC
Alteração Cerebelar

Watershed Area



Apresentação: Caso 1 (PS)


ACS, 58 anos, homem, REG, sonolento, descorado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril (36,5ºC).
Glasgow = 13.
PA = 160 x 110mmHg.
Pulso = 82bpm.
MV presentes bilateralmente, s/ ruídos adventícios.
BRNF em 2T sem sopros.
Olhar desviado para direita (Síndrome de Parinaud).
Sinal de Babinski Positivo.
Afásico com Plegia à Esquerda.



Síndrome Piramidal
Alteração da Consciência
Distúrbio Motor
Síndrome Afásica
Topografia: Hemisfério D
Etiologia: Vascular

Apresentação: Caso 2 (PS)


CAP, homem de 58 anos refere ter sentido uma dormência do lado esquerdo do corpo após tomar o café da manhã (sic).
Trazido pelo Resgate ao PS em MEG, inconsciente (torporoso), com história de episódio convulsivo com liberação esfincteriana, durante o transporte.
Glasgow = 10 (A2, V2, M4).
Descorado, hidratado, dispnéico (Cheyne-Stokes), Acianótico, Anictérico e Afebril.
PA = 230 x 135mmHg.
Pulso = 58bpm.
Intubação orotraqueal, com MV presentes bilateralmente s/ RA.
BRNF em 2T s/ sopros.
Hemiplégico à Direita com Sinal de Babinski Positivo.
Evolui com decorticação.


Alteração da Consciência
Síndrome Piramidal à E.
Topografia: Hemisfério D
Etiologia: Vascular

Epidemiologia


Causas de Óbito:
    1ª: Trauma
    2ª: Doenças Coronarianas
    3ª: Câncer
    4ª: Doenças Cerebrovasculares
        60% Trombose
        15% Embolia
        10% HSA
        10% HIP
        5% AIT

Mericle RA, Neurosurgery Update – Volume 2 – Issue 1, 2001.


Introdução


Prognóstico dependerá:
    Condições Prévias:
        Dislipidemias, HAS, DM, Genética (> risco em negros), ICC, Etilismo, IAM, Fumo, Obesidade, Estresse e Anticoncepcionais orais.
    Gravidade do AVC
    TTO

OS SINAIS CLÍNICOS DÃO INDÍCIOS DA TOPOGRAFIA DA LESÃO E NÃO DA ETIOLOGIA!!!


Abordagem Inicial ao Paciente


ATLS / ACLS.
PCR: reverter com drogas vasoativas.
Ventilação Adequada: remover próteses, corpos estranhos.
Glasgow < 8 = INTUBAÇÃO!
Evitar aspiração.
NUNCA corrigir PA se não estiver acima de 200 x 120mmHg.
Veia periférica: glicemia (40mL SG 50%).
Tiamina 100mg IM.
Buscar sinais de TCE.
Normotermia (hipertermia agrava HSA).
Catéter de Oxigênio: CUIDADO!!!!

Fernandez A, Schmidt JM et al. Fever After Subarachnoid Hemorrhage. Neurology, 2007; 68: 1013-1019.

Conceitos e Classificações


Termos Similares:
    Icto, AVC, Apoplexia, Derrame, Doença Cerebrovascular e AVE.
AVC: refere-se a quadros transitórios ou permanentes que envolvem o encéfalo.
AVC:
    20% AVCH
    80% AVCI

FSC = 60mL/100g de encéfalo/minuto

PPC = PAM - PIC




Paciente Assintomático de Alto Risco
Icto Transitório
Pequeno Icto
Icto Completo
Icto em Evolução
Icto em Regressão
Seqüela


• Icto Transitório:
    Sintomas com T < 24h.
    Recuperação Completa Funcional.
    Sinônimo de AIT: lembrar que AIT pode ser hemorrágico.
    Geralmente: T < 1h.
        14` na circulação carotídea: maior freqüência! * Amaurose Fugaz!
        8` na circulação vértebro-basilar.
    Etiologia:
        Tromboembolismo
        Chagásicos (êmbolos)
        Roubo da Subclávia (estenose)
        Compressão Extrínseca dos Vasos Extracranianos (costela cervical).
        Causas Hemorrágicas: Aneurismas e MAV.

• Pequeno Icto:
    Há recuperação funcional completa.
    Quadro pode durar até mais que 3 semanas.

• Icto Completo:
    Disfunção Encefálica com T > 24h podendo ser isquêmico ou hemorrágico.
    AVCI: embolia cardiogênica, fibrilação atrial, artrites (neurolues, LES, Arterite temporal, Granulomatose de Wegner), Anticoncepcionais orais, drogas (cocaína), trombose traumática (tríade de Virchow) e etilismo.
    AVCH: dois grandes grupos
        Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP).
        Hemorragia Subaracnóidea (HSA).

• HIP: mais freqüente por HAS (aneurismas de Charcot-Bouchard);
    Aneurismas, MAV, Tumores, Anticoagulantes, Angiopatia.

• HIP Putaminal: 50%
    Nível de consciência pouco alterado;
    Hemiparesia contralateral completa;
    Desvio ocular ipsilateral;
    Decorticação ou Descerebração Ipsilateral à Lesão.

• HIP Talâmica: 25%
    Nível de consciência mais alterado;
    Descerebração ipsi ou contralateral;
    Síndrome de Parinaud com pupilas mióticas.

• HIP Pontina:
    Alteração grave do nível de consciência
    Descerebração bilateral
    Miose puntiforme
    Oftalmoplegia extrínseca.

• HIP Cerebelar: Tríade de Ott
    Ataxia ipsilateral
    Paralisia Facial Periférica Ipsilateral
    Paralisia do Olhar Conjugado Lateral

• HSA:
    Aneurismas congênitos rotos
    MAV
    Tumores
    Anticoagulantes
    Anticoncepcionais
    Angiopatias
    Álcool

Brisman: N Engl J Med, Volume 355(9).August 31, 2006.928-939


• Icto em Evolução:
    Quadro clínico agrava-se dependendo da região acometida.
    Edema Cerebral
    Trombose Retrógrada
    HIP: Ressangramentos


Avaliação Neurológica


• Identificar a Topografia da Lesão
    Supra (hemiparesia completa) ou Infratentorial (hemiparesia alterna).
    Capsular (lesões proporcionadas / não compromete consciência) ou Cortical (lesões desproporcionadas / déficit de consciência).

• Etiologia (Regra dos 80/20)

• Evolução do Quadro

• Etiologia: Regra dos 80/20


• Diagnóstico Diferencial


Exames Complementares


• TC: exame de eleição – com e sem contraste.
    Revela área de hemorragia aguda.
    Revela processos neoplásicos, granulomas, vasculites embolias múltiplas.
    Limitação: HSA pura.

• LCR: indicado na suspeita de HSA pura.
    Processos infecciosos e inflamatórios.
    Contra-Indicado: aumento da PIC (TC) – Herniações!!

• Angiografia Digital:
    Gold standard para Aneurismas ou MAV.
    Exame de Risco.


• Doppler Transcraniano: avaliação hemodinâmica de estenoses.


Tratamento


ZONA DE PENUMBRA



Smith WS. Pathophysiology of Focal Cerebral Ischemia: Therapeutic Perspective. J Vasc Interv Radiol, 2004; 15: S3-S12.


• Alvos Terapêuticos:
    Limitação do tempo isquêmico;
    Limitar a expensão hemorrágica;
    Evitar vasoplegia;
    Baixar temperatura do cérebro;
    Limitar a concentração de cálcio intracelular;
    Limitar a concentração de sódio intracelular;
    Bloqueio da excitotoxicidade;
    Eliminar radicais livres e sua formação;
    Bloqueio das caspases;
    Bloqueio da reação inflamatória lesional e perilesional;
    Manter a integridade da membrana celular.

Trials


Smith WS. Pathophysiology of Focal Cerebral Ischemia: Therapeutic Perspective. J Vasc Interv Radiol, 2004; 15: S3-S12.


Smith WS. Pathophysiology of Focal Cerebral Ischemia: Therapeutic Perspective. J Vasc Interv Radiol, 2004; 15: S3-S12.


Tratamento


• Icto Transitório: prevenção a novos ictos.
    Etiologia (?)
    Antiagregante (AAS®: 300mg-1300mg/dia – fracionar 3x/dia).
    Clopidorgrel (VO 75mg/dia) mostra bons resultados.
    Anticoagulante Profilático: Heparina de Baixo Peso Molecular.
    Trombolítico (rt-PA, Reteplase, Uroquinase).
    Endarterectomia (casos reservados).

• Pequeno Icto: prevenção ao icto completo.
    AAS®: 300-1300mg/dia.

• Icto Completo:
    AVCI:
        NÃO alterar PA se < 200 x 120mmHg.
        Corticóide NÃO mostra benefício no AVCI.
        Nimodipina: 30mg 3x/dia – 3 semanas.
        Heparina de Baixo Peso Molecular – Via SC – 2-3 semanas.
        AAS®: 300mg/dia.
        Trombólise – Seguir Protocolo.

Idade > 18 anos;
Conhecimento da Janela Terapêutica;
T < 3h;
TC de crânio sem hemorragia;
Consentimento Informado Assinado!


IMS Investigators. The Interventional Management of Stroke II Study. Stroke, 2007; 38: 2127-2135.

Trombólise


• rt-PA: mostra igual benefício tanto por via IV quanto por via intra-arterial.
    0,6mg/Kg (dose máxima de 22mg).
    Infusão Contínua: EKOS.

IMS Investigators. The Interventional Management of Stroke II Study. Stroke, 2007; 38: 2127-2135.

Tratamento


Icto Completo:
    AVCH e HIP:
        Manter PA;
        TTO Clínico:
            Anticonvulsivante, Diurético Osmótico (Manitol®), Hiperventilação, decúbito elevado (30º).
            Dexametasona 4mg 4/4h.
            rFVIIa
            Vasoespasmo: Volume e Bloqueador de Canais de Cálcio
            Glitazona: imunossupressor (anti-inflamatório: COX2 e iNOS).
        TTO Cirúrgico: Craniotomia vs. Embolização
            TC
                Putaminal > 5cm.
                Cerebelar > 3cm.
                HIP + Inconsciência + Desvio da Linha Média.
                HIP Tardia que não reabsorve.

NEUROCIRURGIA PODE AUMENTAR A LESÃO E O RESSANGRAMENTO


rFVIIa


Mayer SA. Recombinant Activated Factor VII for Acute Intracerebral Hemorrhage. Stroke, 2007; 38 (part2): 763-767.

Craniotomia vs. Embolização


Brisman JL, Song JK, Newell DW. Medical Progress: Cerebral Aneurysms. The New England Journal of Medicine, 2006; 355(9): 928-939.

Prognóstico


• TTO Adequado: UTI.
    Analgésicos.
    Antiemético: metoclopramida.
    Úlceras de Cushing: ranitidina, cimetidina.
    Edema Cerebral.
    Vasoespasmo nas HSA:
        Elevada mortalidade: 3º-14º dia – sonolência, cefaléia, déficit.
        Mecanismos Indeterminados: inflamatórios...
        Avaliação dos níveis LCR de IL-6: prediz vasoespasmo.
        TTO:
            Agonistas do Receptor A2A da Adenosina
            Antagonistas do Receptor de Endotelina B.


Chang CZ et al. The Adenosine 2a Receptor Agonist ATL-146e Attenuates Experimental Posthemorrhagic Vasospasm. Neurosurgery, 2007; 60:1110-1118.
Vatter H et al. Characterization of the Endothelin-B Receptor Expression and Vasomotor Function during Experimental Cerebral Vasospasm. Neurosurgery, 2007;60: 1100-1109



• 32% com graves seqüelas.
• 15% sem seqüela alguma.
• Apenas 1/3 dos sobreviventes voltam às suas atividades normais.

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